Crise: a morte ou a reinvenção?
O que são crises? O que escondem? Quais as causas destes sismos que abalam a sociedade? A economia terá resposta para todos os aspectos das crises? Uma década após a grande crise de 2008, a Guerra e Paz edita, pela primeira vez em Portugal, Tempo de Crises, um ensaio no qual são levantadas questões sobre a forma como devemos encarar as crises. Aos 88 anos, o autor, Michel Serres, é o mais importante filósofo francês da actualidade, reconhecido pela liberdade intelectual e relação com os novos meios de comunicação.
«Financeira e bolsista, a crise que hoje nos sacode, provavelmente superficial, esconde e revela rupturas que ultrapassam, no tempo, a duração da própria história, tal como as falhas das placas inferiores ultrapassam, no espaço, a nossa percepção. Aceder a estas causas soterradas exige que abandonemos a actualidade dos números.»
É este o mote para a análise de Michel Serres, no qual o filósofo francês interpretou as causas basilares da crise através da tectónica. E porquê a tectónica? Para Serres, a crise é uma cisão que «lança o corpo ou para a morte ou para a novidade que o força a inventar». Uma cisão igual à das placas tectónicas que não conseguimos ver, mas cujos movimentos conseguimos sentir.
No ensaio percebemos que a crise não pode ser observada tendo apenas como base números e análises económicas, pois existem factores sociais, ambientais e políticos que estão na base deste tumulto. Segundo o autor, é preciso mudar, é preciso inovar, é preciso uma ruptura na forma como as instituições lidam com as transformações do Mundo.
Novas realidades que estão por toda a parte: na agricultura, na guerra, nos transportes, na forma como comunicamos. Hoje até mesmo o planeta está sujeito à ameaça das crises nos ecossistemas, o que deve motivar a humanidade a reinventar-se no papel de grande actor do seu destino. Na óptica de Serres, só a ciência pode responder a estas questões.
Uma obra desconstrucionista, que rejeita o negativismo e nos leva a reflectir num futuro mais sustentável e preparado para lidar com as crises.
O ensaio foi traduzido por Maria João Madeira e chega às livrarias no dia 3 de Janeiro de 2019. A obra poderá ainda ser encomendada através do site oficial da Guerra e Paz, em www.guerraepaz.pt.
Depois de Antes É que Era Bom!, esta é a segunda tradução que a Guerra e Paz publica do conceituado pensador francês, na colecção «Livros Vermelhos». Obras que se enquadram na perfeição com a colecção alicerçada no pensamento de Raymond Aron: «Se só eles podem abolir o fanatismo, rezemos pelo advento dos cépticos.»
Michel Serres
Não Ficção / Ensaio
120 páginas · 15x20 · 14,90€
Nas livrarias a 3 de Janeiro
Guerra e Paz, Editores
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