O Palácio Baldaya, localizado na Freguesia de Benfica, em Lisboa, recebe até 30 de abril a exposição AmaCorgas, composta por módulos que já estiveram expostos na aldeia de Corgas, nomeadamente painéis com a história das alminhas, sobre os corguenses combatentes na I Guerra Mundial, sobre os sacerdotes naturais da aldeia, a resina, a resinagem e o resineiro, a encomendação das almas e ainda pinturas da autoria de Maria dos Anjos Ladeira Novo.
A inauguração aconteceu no dia 30 de março com a presença de representantes da Junta de Freguesia de Benfica, do presidente da Câmara Municipal e de muitos corguenses e proencenses que se juntaram ao momento de festa. Foi ainda apresentado o livro “Caminhos da Fé e do Pão” que reúne um conjunto de textos sobre a vida do padre Joaquim Martins Castanheira, natural de Corgas, que surgiu na sequência da homenagem feita em 2018, e o grupo de Encomendação das Almas da aldeia exemplificou esta tradição.
Para o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, esta iniciativa resulta do dinamismo da aldeia que tem contribuído para que a história das Corgas e do concelho seja recuperada e destaca o protocolo estabelecido entre a Junta de Freguesia de Benfica e o Município. “De facto, esta ligação entre o Interior e uma grande cidade como Lisboa permitiu a realização deste evento no Palácio Baldaya - e agradeço à Junta de Freguesia de Benfica todo o apoio e cedência do espaço - que possibilita a dinamização da história dos que marcaram os tempos e, neste caso, a nossa diáspora, traduzindo também a nossa cultura e conhecimento através dos sacerdotes missionários”, referiu João Lobo. “É um motivo de orgulho para o Município esta iniciativa que envolveu tantos corguenses, quer vindos da aldeia de Corgas, quer daqueles que vivem em Lisboa e aqui se realizam profissionalmente e, também dessa forma, realizam Proença-a-Nova”.
Ricardo Marques, da Junta de Freguesia de Benfica, salientou igualmente o protocolo entre as duas instituições que tem sido responsável pela presença de centenas de jovens de Benfica em campos de férias em Proença-a-Nova ou o intercâmbio entre as Universidades Seniores. “Mais do que isto, é esta parceria cultural entre Benfica e Proença-a-Nova”, destacou. “Benfica sempre foi uma freguesia de termo de cidade, uma freguesia rural, uma freguesia saloia da cidade de Lisboa e para nós é com muito orgulho que abordamos esta ruralidade e esta ligação ao interior”.
Na apresentação do livro “Caminhos da Fé e do Pão”, intervieram Libânio Martins, coordenador do projeto, Luiz Artur Castanheira, Maria Celeste Castanheira Oehen e Carla Castanheira Mendes, em representação da família, e ainda Ângela Malheiro que fez a contextualização histórica da segunda metade do século XIX até à segunda metade do século XX, altura em que viveu o Padre Joaquim Martins Castanheira (1886-1946). “Mais de 30 pessoas contribuíram para a escrita deste livro, pessoas das Corgas, do Brasil, de Lisboa, da Suíça. Verdadeiramente a diáspora corguense e proencense juntou-se na construção deste trabalho”, sintetizou Libânio Martins.
O livro encontra-se à venda nas Corgas e na Biblioteca Municipal, revertendo o valor na totalidade para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova. No próximo dia 5 de abril, sexta-feira, o encontro de grupos de Encomendação de Almas realiza-se na aldeia de Corgas, a partir das 21h00.
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