segunda-feira, 24 de junho de 2019

Torres Vedras | TEMPORADA DARCOS CONTINUA A LEVAR A MÚSICA A QUINTAS E ADEGAS DO OESTE

No âmbito do Itinerário pelas quintas e adegas do Oeste da Temporada Darcos, o grupo de música de câmara Ensemble Darcos, acompanhado pela soprano Ana Maria Pinto, apresenta no próximo dia 29 de junho, pelas 18h, na Quinta da Almiara (Concelho de Torres Vedras), o concerto Da Vinha ao Vinho.

O programa desse concerto será o seguinte:

G. Mahler (1860 – 1911)
Sinfonia n.º 4 em Sol maior (arr. para ensemble de K. Simon)

I. Bedächtig, nicht eilen (Circunspecto, sem apressar)
II. In gemächlicher Bewegung, ohne Hast (Em andamento moderado, sem pressa)
III. Ruhevoll, poco adagio (Tranquilo, poco adagio)
IV. Sehr behaglich (Muito confortável)

Recorde-se que a Temporada Darcos constitui-se como uma iniciativa singular no panorama artístico na qual se divulga a música clássica segundo diversas abordagens dadas por autores de referência. Dirigida pelo compositor e maestro torriense Nuno Côrte-Real, os espetáculos desta temporada são na sua maioria interpretados pelo grupo Ensemble Darcos e têm lugar em vários locais de Portugal e do estrangeiro, entre os quais, o Concelho de Torres Vedras. De referir que aclamados solistas e orquestras nacionais e internacionais têm participado nesta iniciativa.

Segundo refere Nuno Côrte-Real a propósito da edição deste ano da mesma: "Da música podíamos dizer o que Santo Agostinho dizia do tempo: «Se ninguém me perguntar, sei o que é; se me pedem para explicar, deixo de saber». Não sabemos explicar o que é a música, mas sabemos que ela nos atrai, nos fascina, nos encanta. Podíamos viver sem ela, mas a vida seria infinitamente mais pobre. A música é uma ilha encantada no tempo prosaico do quotidiano. Num mundo que aos nossos olhos se afigura confuso, estilhaçado, caótico, hostil, excessivo, a música permanece como uma inesgotável fonte de encantamento, e um símbolo da capacidade inventiva do homem: o Canto de Orfeu continua a despertar paixões e fúrias pelos cinco continentes. Enquanto artistas, seres de consciência estética e moral, desejaríamos poder transformar esse encantamento num benefício, num instrumento de união da diversidade e aceitação da diferença. E ainda que as infernais forças históricas se empenhem em negá-lo, na ilha encantada das musas o lema de que «todos os homens serão irmãos» permanece uma utopia válida, pela qual vale a pena sonhar. Orfeu amansava as feras, apaziguava a natureza animal e vegetal e chegou mesmo a enternecer as forças infernais. É o seu poder que a música celebra, é a sua maravilhosa mensagem que a música amplifica e propaga pelos séculos. Sem a música não conheceríamos todas as variedades da dor humana, nem as infinitas qualidades do seu amor. Para nós, à imagem de Orfeu, cada concerto deve ser uma celebração da existência e do amor, um rito de purificação da nossa vida material, emocional e espiritual. Ainda que pertença ao reino do artifício e da fantasia, a música tem essa capacidade de se infundir no real, irrigá-lo com a sua beleza e torná-lo mais suportável. Os criadores, os músicos e o público participam os três nessa operação mágica da comunicação humana a que chamamos concerto. É esta a premissa da Temporada Darcos. É este o nosso modesto, mas precioso, contributo para a riqueza e diversidade da vida musical europeia. Uma temporada internacional, que inclui a participação de três orquestras estrangeiras, destacados solistas portugueses, assim como o lançamento de três discos do Ensemble Darcos, grupo de inequívoca qualidade, que é já uma referência no panorama nacional. Obrigado, Gael Rassaert, Paula Carneiro, Reyes Gallardo, Filipe Quaresma, Pedro Wallenstein, Helder Marques e todos os restantes convidados desta temporada de 2019; sois como Orfeus modernos neste estranho mundo em que vivemos. Que a música que fizermos possa ecoar, exaltante!".


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