O sucesso da segunda edição do Festival do Peixe do Rio confirmou a potencialidade deste produto gastronómico que foi apresentado por seis associações desta freguesia do concelho de Proença-a-Nova aos muitos visitantes que procuraram degustar esta especialidade, com a matéria prima a vir diretamente do Rio Ocreza e Ribeira da Pracana. Realizado este sábado, 6 de julho, o festival contou com diversos momentos em cartaz, para além dos passados à volta da mesa para degustar, por exemplo, peixe do rio frito ou sopas de peixe. O dia começou cedo, com a realização do XIII Convívio de Pesca na Barragem da Pracana, com a presença de 22 pescadores, tendo o vencedor pescado 2.880 gramas de peixe, numa organização da Associação do Padrão. “A pesca esteve sempre associada a esta freguesia mais sul do concelho de Proença-a-Nova que tem forte ligação ao rio. Está aqui a génese dos melhores pescadores”, referiu João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, no momento da entrega dos prémios. Há um ano, na primeira edição deste festival, foi dado o arranque da Confraria dos Apreciadores do Peixe do Rio que tem como objetivo valorizar este recurso. “O peixe do rio é um recurso que é importante e muitas vezes não lhe damos, eventualmente, valor, mas o incentivo é que ele gere riqueza, não só a riqueza que é a partilha que vocês tiveram no vosso convívio de pesca, mas também o complemento na cadeia de valor que poderá ser potenciado pela confraria”. João Lobo espera agora que este projeto seja uma realidade até ao final do ano.
O segundo momento de destaque do Festival do Peixe do Rio englobou a inauguração de uma pintura mural, estudada e executada por Silvia Mathys e Cavalheiro Cardoso no pavilhão de apoio junto ao polidesportivo, visível a partir da ER351, quando se atravessa São Pedro do Esteval. Os elementos distintivos da freguesia são destacados, do património aos recursos endógenos, chamando a atenção, por um lado, a ponte romana sobre a ribeira da Pracana e, por outro, as oliveiras, os cereais, as cabras e as abelhas, não faltando a flor de esteva que deu nome à freguesia.
O presidente da Junta de Freguesia de São Pedro do Esteval, Paulo Cardoso, agradeceu ao Município pois foi através do projeto Eu Participo, do CLDS 3 G, que se proporcionou o mural, com os artistas “a materializar nesta parede tudo o que observaram, aquilo que são as nossas tradições, o nosso património e as nossas gentes. A quem passa por São Pedro do Esteval não passará despercebido, é uma obra fantástica e cabe agradecer a vocês que o tornaram possível”, afirmou. João Lobo referiu agora que este mural irá ser incluído no roteiro das artes “que atravessa o território, as freguesias e as localidades do concelho”, sendo que Silvia Mathys e Cavalheiro Cardoso são já responsáveis por outros dois murais, um em Proença-a-Nova e outro em Sobreira Formosa. Os dois artistas recordaram os bons momentos passados durante a execução do mural e o carinho com que foram recebidos.
O Festival do Peixe do Rio teve ainda dois momentos integrados no projeto Beira Baixa Cultural, cofinanciado no âmbito do Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia: um atelier de cultura e gastronomia dinamizado pelo chef Rodrigo Castelo e o Festival das Artes da Beira Baixa, com atuação de Rui Alves.
No atelier, Rodrigo Castelo convidou os presentes a prepararem uma entrada com ovas de barbo e arroz com lombos de carpa, aromatizado com coentros e hortelã. A atuação de Rui Alves colocou os presentes a dançar ao som da sua concertina. Durante a tarde, foi o “Grupo de Concertinas da Sarzedinha e Montelhado – Amigos da Académica” a animar o recinto. O Festival do Peixe do Rio terminou no domingo, 7 de julho, com o II Convívio do Grupo de Malha da Associação Estevelense que contou com a presença de 35 equipas.
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