Se ainda há quem pugne pela liberdade, pela justiça e pelo direito e repudie a mentira, a hipocrisia e a má-fé, a esses raros dedico o presente artigo de opinião.
Cultivar as belas letras em certos meios o mesmo é que cultivar mimosas entre cardos do deserto. Se acaso algumas despontam num momento, breve murcham e mirram à mingua de tudo.
O talento do jornalista está na razão directa da expansão e prestígio da língua em que se exprime.
Na pugnas da inteligência só tem mérito verdadeiro o que afirma a sua personalidade, apresentando ao debate alguma ideia nova e valiosa.
Quem se deleita com futilidades e coisas mínimas, longe anda dos problemas que atormentam a humanidade.
Se te interessam e prendem as definições, as sínteses e as breves reflexões, de certo não será vão o teu espírito, nem a tua consciência vogará no vácuo.
Escrever para público impõe este breve e grave dever: ser recto, justo, verdadeiro, desassombrado e destemido, qualidades raras nos dias que correm.
O pessimismo é um estado de alma, próprio do homem que observa, raciocina e pensa, como o optimismo é um estado de euforia, que só os levianos, os fúteis e os inconscientes perfilham e seguem com fervor.
O pessimismo desola e punje, sem dúvida, mas ele é-nos imposto grandemente pelo espectáculo que a natureza e o mundo nos oferecem.
O cepticismo gera o pessimismo; o pessimismo conduz à descrença e esta leva à abdicação de todas as as coisas, até da própria vida.
Em determinado lugar, alguém me dizia: “A vida é uma cadeia de males e de angústias. Saber fazer-lhes frente é a melhor maneira de os vencer”. Pois é, não posso estar mais de acordo.
Vivemos tempos conturbados, difíceis, de “faz-de-conta” que está tudo bem, com o propósito de transmitir boa imagem, boa impressão, para logo ao virar da esquina deixar sair um verdadeiro caudal de todos os males, sofrimentos sem fim, contando que o alguém que nos ouve, nos dê uns minutos de atenção.
Somos todos diferentes uns dos outros, mas, feitos da mesma massa. Imperfeitos, inconstantes, irritadiços, procurando esconder o animal feroz que habita no nosso interior. O que aconteceria se o soltássemos?
Até breve!
Joaquim Carlos
Director
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