Reabilitação da ex-ETPC e Casa da Cultura de Cantanhede preserva elementos patrimoniais
Está
a decorrer desde o dia 14 de outubro a empreitada de reabilitação
arquitetónica e urbanística da área ocupada pelas antigas
instalações da Escola Técnico Profissional de Cantanhede (ETPC),
segundo um projeto que contempla a reabilitação e adaptação Casa
Municipal da Cultura. Numa
fase em que foram já demolidas algumas paredes da ex-ETPC, vão
agora ser cuidadosamente retiradas as colunas e as cantarias do
alpendre da parte posterior da Casa Municipal da Cultura, para serem
depois recolocadas no mesmo lugar, de modo a que o seu valor
patrimonial seja salvaguardado em condições construtivas de
estabilidade e segurança, até porque funcionará como elemento
configurador da justaposição dos dois imóveis.
Assim,
o alpendre será reposto na totalidade, preservando-se “uma
memória urbana através da continuidade da sua materialidade”,
princípio
que de resto o projeto de arquitetura respeita integralmente, como
acontece com outros elementos patrimoniais da Casa Municipal da
Cultura, incluindo os antigos tetos trabalhados e os painéis de
azulejos e descobertos recentemente numa das salas do piso superior.
Adjudicada
por 1.901.640
euros,
a empreitada está a ser
executada de acordo com o preconizado no Programa Estratégico de
Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Cantanhede, visando dignificar e
revitalizar
uma área urbana constituída por um edifício incaracterístico que
ao longo dos anos sofreu várias adaptações a diferentes usos,
provendo simultaneamente a valorização da Casa Municipal da
Cultura.
Nesse sentido, o projeto de arquitetura preconiza a integração funcional do novo edifício com a Casa Municipal da Cultura, de modo a dignificar e revitalizar uma área construtiva com significativa expressão e a dotar com duas frentes urbanas qualificadas aquela que é uma das principais zonas nobres da cidade.
Tendo
em conta o interesse arquitetónico e o valor patrimonial do imóvel
também conhecido como a antiga Casa do Capitão-Mor, serão
salvaguardados os elementos que melhor a caracterizam, reforçando-se
também a articulação do Museu da Pedra com novas áreas
expositivas através de um átrio comum dimensionado para o
acolhimento de grandes grupos e que facultará o acesso diferenciado
a cada um dos espaços culturais. Esse átrio ficará acessível por
duas entradas, uma pelo Largo Cândido dos Reis, outra a partir do
novo espaço público a criar na continuidade do Largo Pedro
Teixeira.
Segundo
os projetistas, “na
distribuição programática houve a preocupação de transmitir ao
visitante a clara perceção do carácter público do edifício”,
resguardando as áreas privadas de modo a não interferirem com essa
leitura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário