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Dos ventos da guerra até às asas da dança.
Bailarinos da Ucrânia, Rússia e outros países dançaram juntos no Teatro de San Carlo, na cidade italiana de Nápoles, numa gala de angariação de fundos para o povo ucraniano.
Os bailarinos pretenderam enviar uma mensagem de paz e esperança, liderados pela russa Olga Smirnova, que deixou o Teatro Bolshoi em Moscovo e o seu próprio país para protestar contra a guerra, e pela ucraniana Anastasia Gurskaya, que fugiu de Kiev.
"Penso que é importante nesta situação, neste momento, estarmos juntos no palco, fazer uma pequena coisa, a mais pequena coisa que podemos fazer pela Ucrânia. Penso que este é o objetivo principal para todos nós", refere Smirnova.
Já Gurskaya acredita "que todos devem ajudar, agora, a Ucrânia e sinto-me realmente honrada por poder fazê-lo, apenas tentar fazê-lo. É realmente importante para mim".
Olga e Anastasia são duas prima ballerinas mundialmente famosas, mas por uma vez vão pôr de lado o seu estatuto e dançar no mesmo palco. Russos e ucranianos unem os seus talentos e corações para dizer NÃO a esta guerra sem sentido", relata o jornalista da euronews, Luca Palamara.
Os bilhetes para a Gala esgotaram em poucos dias. No entanto, o espetáculo foi alvo de protestos do consulado e da comunidade ucraniana em Nápoles, condenando a presença de russos a dançar ao lado de ucranianos.
Não é fácil enviar mensagens de paz na sequência de notícias e imagens de alegados crimes de guerra perpetrados pelos soldados russos contra civis ucranianos.
O diretor artístico do Teatro de San Carlo, Stéphane Lissner, conta que "quando se juntaram para começar a ensaiar, ucranianos e russos abraçaram-se com uma grande gravidade. Não houve alegria naquele encontro. Houve uma gravidade, porque alguns deles têm pais na Rússia que são contra a sua decisão de deixar o país".
É uma história de amizade. A dança não tem fronteiras nem nacionalidades. Estaremos todos juntos no palco esta noite, com um único objetivo: mostrar às pessoas que estamos a defender a Ucrânia e que fazemos algo, mesmo que seja apenas um espetáculo. Pelo menos fazemos alguma coisa", sublinha o promotor do evento, Alessio Carbone.
Os fundos arrecadados revertem a favor do povo da Ucrânia
Euronews
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