Cuidados agudos a doentes de AVC mantiveram-se em ano de pandemia.
Quase 13 mil doentes estiveram internados em unidades de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, menos 104 internamentos do que em 2019, revelou esta quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com os hospitalares nacionais divulgados hoje, a propósito do Dia Nacional do Doente com AVC que se assinala esta quinta-feira, dia 31 de março, em 2020 estiveram nas unidades de AVC 12.892 doentes, um número próximo e até inferior ao registado no ano anterior, quando foram internados naquelas unidades 12.996 doentes.
Daqueles doentes, a grande maioria foi internada por AVC isquémico (9.243), sendo que 2.112 foram tratados com medicamentos trombolíticos e 2.203 foram submetidos a tratamento de trombectomia endovascular, um tratamento por cateter que permite desobstruir a artéria, facilitando o acesso do sangue ao cérebro.
Mantiveram-se, ainda, 38 UAVC capazes de oferecer tratamento trombolítico em Portugal, correspondendo a 303 camas, e, destas, 10 UAVC, correspondendo a 107 camas, tiveram capacidade para oferecer tratamento de trombectomia endovascular.
Relativamente aos tratamentos de reabertura da artéria ocluída, houve um ligeiro aumento de tratamentos de revascularização endovascular (trombectomia), passíveis de administração idealmente antes das 6 horas após os sintomas e, no máximo, até às 24 horas, sendo efetuados apenas em centros hospitalares mais diferenciados. Por outro lado, registou-se uma ligeira diminuição dos tratamentos trombolíticos intravenosos, de uso possível apenas nas primeiras 4,5 horas de sintomas. trombolíticos intravenosos, de uso possível apenas nas primeiras 4,5 horas de sintomas.
Estes dados poderão refletir, por um lado, a disponibilidade que os centros hospitalares mais diferenciados mantiveram no tratamento endovascular dos casos graves de AVC. Por outro lado, poderão espelhar a resistência dos doentes e cuidadores em recorrer aos hospitais em caso de sintomas nesse período, assim como uma maior dificuldade das estruturas e equipas hospitalares nessa fase hiperaguda em 2020.
A primeira causa de morte e de incapacidade permanente em Portugal é o acidente vascular cerebral, doença que afeta o cérebro, podendo provocar uma deficiência súbita, por entupimento (AVC isquémico) ou rotura (AVC hemorrágico) de uma artéria cerebral. Os tratamentos de revascularização citados (trombolítico e trombectomia) permitem o desentupimento da artéria afetada, facilitando o acesso do sangue ao cérebro.
O AVC é a principal causa de morte e de incapacidade permanente em Portugal. A hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, o colesterol alto, fibrilação auricular e placas ateroscleróticas nas artérias podem aumentar o risco de ter um AVC.
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