Pelo quinto ano consecutivo, o Centro Ciência Viva da Floresta acolheu o BiodivSummit, uma conferência que comemora o Dia Internacional da Biodiversidade e que, nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, traduz a importância desta temática: “são muitos os perigos que esta biodiversidade vai tendo e somos nós, humanos, a principal fonte de perigo pois durante décadas consecutivas exaurimos recursos do próprio planeta e hoje em dia estamos mais sensíveis a esta circunstância”. João Lobo falou da necessária diversificação biológica e também social, elencada através da inclusão na sociedade de cidadãos portadores de deficiência - de que o projeto BioAromas-Liis é um exemplo - e de todos quantos se assumem na sua diferença. “Somos de todas as cores”, afirmou. Considerando que em 2023 o Município assinala o Ano Municipal das Artes, o BiodivSummit acolheu ainda o artista plástico Carlos Farinha que falou sobre a forma como se identificam as cores e a importância da cor como essencial para o bem-estar dos seres humanos.
O Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas salientou, por sua vez, o papel exemplar de Portugal em alguns indicadores: “em 2023 já tivemos alguns meses em que Portugal produziu mais de 70 por cento da energia que consumiu por métodos de energias renováveis”. Seguindo indicações internacionais, João Paulo Catarino revelou que esta década é “claramente a década da conservação da natureza e da biodiversidade”, em que o esforço se coloca em recuperar ecossistemas que se encontram degradados. A nível governamental, está a ser revista a estratégia portuguesa nesta área: “precisamos de mais ambição”, afirmou. Ainda assim, aos 111 milhões de euros que têm sido investidos na conservação ambiental, vão juntar-se mais 230 milhões, a serem administrados a partir das CCDR, para se investir na conservação da natureza. O Secretário de Estado destacou ainda o combate às invasoras ou o programa de transformação da paisagem como alguns exemplos que contribuirão para o aumento da diversidade biológica no território.
Durante o dia, e em três painéis distintos, as cores da biodiversidade foram sendo elencadas: “Somos de todas as cores” foi o tema do primeiro painel que contou com moderação de Alexandra Neves, representante regional do Centro da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, e as intervenções do Projeto BioAromas-Liis, a funcionar no Centro Ciência Viva da Floresta; de Luísa Nunes, da Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Castelo Branco; e ainda dos alunos Ivo Fernandes e Matilde Rocha, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. O segundo painel da V edição do BiodivSummit, intitulado “Os sinais das cores”, contou com a moderação de Paulo Almeida, presidente da Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior, e as intervenções de Margarida Cristóvão, do Gabinete do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, e de Vítor Gomes, da Biofrade – agricultura biológica.
O objetivo do terceiro painel foi o de questionar atitudes e se estas estão a pintar ou a manchar o futuro: a moderação esteve a cargo de Ana Paula Duarte, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, e as intervenções foram da responsabilidade de João Cardoso, diretor executivo da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas, Ivo Gomes Francisco, vogal do conselho fiscal da Coopérnico, e o projeto Fôlego – ice n’ fire, pelas vozes de Sofia Duarte e Catarina Gomes. O encerramento do V BiodivSummit foi feito por João Manso, presidente da Associação Centro Ciência Viva da Floresta e vice-presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova que agradeceu a presença de todos os oradores e moderadores que contribuíram para a reflexão que foi feita ao longo do dia e que pode ser recuperada em www.biodivsummit.pt ou na página do Facebook do Município.
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