A presidente da
Câmara Municipal de Cantanhede entende que o modelo de exploração
da nossa floresta tem de evoluir no sentido de eliminar as
debilidades estruturais de que padece. “Ainda
que se tenham vindo a registar algumas melhorias, elas não são de
molde a alimentar a perspetiva de rentabilização de todo o
potencial desse recurso renovável gerador de riqueza”,
considerou.
Ao intervir na
sessão de abertura do seminário “Juntos fazemos floresta”, que
decorreu no âmbito do Dia da Floresta na Expofacic, Helena Teodósio
deu conta que o Município tem atuado no sentido de serem
“desenvolvidas as condições
necessárias para que a exploração da floresta reverta num aumento
efetivo dos rendimentos dos produtores”.
“Valerá a
pena insistir que a adequada gestão da floresta passa cada vez mais
pelo planeamento, o que, no contexto em que estamos, de uma estrutura
fundiária que não facilita nada esse processo, coloca desafios
especialmente exigentes”,
sublinhou adiantando que a predominância do minifúndio, com todos
os constrangimentos decorrentes da falta de escala das explorações,
“não só torna muito mais
difícil a rentabilização dos trabalhos e das operações de
silvicultura como obsta a uma adequada gestão e planeamento”.
A gestão na
dupla perspetiva de rentabilidade e de sustentabilidade é, no
entender da autarca cantanhedense, o caminho a seguir para
“rentabilizar os solos e
satisfazer as expectativas de rendimento dos proprietários”.
Helena Teodósio
entende ainda que a Administração Pública poderá ter também um
papel preponderante na eficiente gestão da floresta, “criando
mecanismos que estimulem a gestão integrada e agregada das
explorações, para diminuir o custo das operações através dos
ganhos de escala e fazer um planeamento que permita aumentar os
rendimentos”.
“A este
nível, o Município de Cantanhede tem vindo a promover a gestão
colaborativa e o trabalho em rede com entidades privadas e
organizações de produtores florestais”,
informou, dando como exemplo a parceria com a Organização Florestal
Atlantis, que se materializou com uma proposta de constituição da
Área Integrada de Gestão da Paisagem da Freguesia da Tocha,
proposta essa relativa a uma área que ascende a 3.860 hectares e que
obteve parecer favorável da Direção Geral do Território.
A terminar, a
autarca foi perentória ao afirmar que a floresta preocupa “todo o
ano”. “Na Câmara Municipal
há de facto uma atenção especial para tudo o que lhe diz respeito
e mitigar as ameaças a que ela está sujeita, passando naturalmente
pelo aproveitamento de todas as oportunidades que surjam para a
podermos valorizar e revitalizar”,
finalizou.
No seminário
“Juntos fazemos floresta”, que decorreu na Biblioteca Municipal,
foram abordados temas como “Um território em mãos mortas: impacto
sobre a floresta de aspetos arcaicos no direito sucessório e
fiscal”, “Floresta Conjunt@ - Abordagem exploratória ao caso
português”, “Áreas Florestais Agrupadas” ou “Duas formas, o
mesmo objetivo: dar sustentabilidade ao minifúndio”.
A sessão
terminou com uma mesa-redonda.
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