Desde sempre que os portugueses se aventuraram a trabalhar e residir fora de portas.
Não será por acaso que um português “entra” nas ‘Aventuras de Tintim’, a mítica série de histórias aos quadradinhos criadas em 1929, onde o “senhor Oliveira da Figueira” afirmava ter deixado a Europa devido à Grande Depressão e ao facto de que havia pouca concorrência ao largo da costa da Arábia”.
Um retrato muito próximo dos motivos que levaram tantos a emigrar. Hoje continuamos a ver muitos dos melhores a saírem do país para trabalhar. E assim continuará a ser.
O termo “emigrante” já não se enquadra na nossa realidade. Não porque seja um termo pejorativo, mas porque não corresponde à realidade atual e futura. São portugueses que optaram e optam por trabalhar e viver fora de Portugal. Já somos mais ‘lá fora’ do que ‘cá dentro’. E digo “somos” propositadamente. Todos somos cidadãos de Portugal.
Esta força de trabalho e de empreendedores portugueses valoriza-nos aos olhos do mundo. O seu sucesso faz com que sejam respeitados e valorizados nos países onde decidiram residir e trabalhar.
Esta enorme presença de cidadãos espalhados pelos quatro cantos do mundo empresta ao nosso país uma consideração internacional extraordinária. Sabem integrar-se e serem respeitados nessas comunidades. Contribuem para que a nossa cultura se mantenha atual e viva por esse mundo fora.
O que temos que registar como absolutamente saudável, é a forte ligação que estes trabalhadores e residentes no estrangeiro nunca perdem à terra natal. As origens estão sempre presentes e passam de geração em geração.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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O termo “emigrante” já não se enquadra na nossa realidade
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