terça-feira, 5 de setembro de 2023

Estudo de investigadora do Técnico na Nature Medicine coloca inteligência artificial ao serviço da deteção do cancro da pele


Um projeto de investigação no domínio da inteligência artificial (IA) e dos cuidados de saúde, liderado pela investigadora do Instituto Superior Técnico Catarina Barata, foi publicado hoje na revista Nature Medicine e revela resultados promissores relacionados com o diagnóstico de cancro de pele.
A utilização do método testado neste estudo aumentou a taxa de diagnósticos corretos feitos pelos dermatologistas em 12%. A IA tem demonstrado uma grande capacidade de precisão em várias áreas de diagnóstico por imagem, levando ao desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão e criando possibilidades de melhoria da acessibilidade aos cuidados de saúde.

O estudo hoje publicado centrou-se na utilização de um modelo de IA denominado de “aprendizagem por reforço”, que cruzou com de tabelas geradas por peritos, em que se atribuíam recompensas e penalizações para diferentes erros de diagnóstico. Quando comparado com o modelo aprendizagem tradicional, este modelo por reforço produziu melhorias notáveis na sensibilidade para duas doenças da pele: o melanoma e o carcinoma basocelular. A sensibilidade para o diagnóstico de melanoma subiu de 61,4% para 79,5%, enquanto que para o carcinoma basocelular, subiu de 79,4% para 87,1%.

A equipa de investigadores descobriu ainda que este modelo de IA permite reduzir o excesso de confiança no diagnóstico automatizado, mantendo a sua precisão. Este dado pode ser um importante fator de mudança no mundo da IA médica, uma vez que o excesso de confiança neste tipo de diagnósticos tem gerado preocupação. Quando testado em dermatologistas reais, este modelo de aprendizagem por reforço conduziu a um aumento de 12% na precisão da IA.

Catarina Barata, investigadora no Instituto de Sistemas e Robótica do Técnico, explica que este tipo de abordagem é cada vez mais essencial. “O uso de AI deve ser ajustado às pessoas e trazer-lhes benefício. Este modelo com recompensas torna o processo mais simples e fácil de compreender para um não especialista, o que está muito alinhado com a direção que queremos tomar em relação à inteligência artificial.” A investigadora está também envolvida no projeto internacional “Responsible AI”, que pretende implementar uma série de práticas reflexivas e preocupações com a acessibilidade a este tipo de tecnologia.

Mais sobre o Instituto de Sistemas e Robótica | O ISR – Lisboa é uma instituição de investigação e desenvolvimento, fundada em 1992. Está afiliado ao Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, com atividades de investigação multidisciplinares avançadas, nas áreas de sistemas robóticos e processamento de informação. Juntamente com três outras unidades de investigação (IN+, ITI e MARETEC) integra o Laboratório Associado LARSyS.

Instituto Superior Técnico
APImprensa

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