Era
o titulo do Suplemento que o prestigiado Jornal “O Comércio do
Porto” publicava aos domingos, nele eram divulgados acontecimentos
históricos das localidades mais remotas deste País, cada vez mais
abandono, destruído não só pelos fogos, mas, essencialmente pelos
políticos que o Povo foi elegendo tendo por base promessas que
conduzia os eleitores ingénuos a um Paraíso sem igual.
Naquele
suplemento publiquei reportagens, fotorreportagens, documentários
históricos sobre localidades votadas ao esquecimento,
recuperação de entrevistas feitas em tempos idos, mas, que
continuavam válidas, actuais, como se tivessem sido feitas na hora.
Fui
arquivando aqueles suplementos, hoje quando fui abrir as pastas
fiquei profundamente contristado: alguns exemplares ganharam
humidade, não sei como, e estava estragados, sendo de todo
impossível a sua recuperação.
Neles
fui encontrar/recordar trabalhos jornalísticos dos meus colegas de
então: o conceituado jornalista Daniel Rodrigues (meu chefe da
Delegação de Aveiro, que funcionava no edifício anexo à
Pastelaria Veneza nas Pontes), Brissos da Fonseca, Capitão Joaquim
Duarte (o promotor da volta de ciclismo da Laticoop), Altino Pires,
João Maia (departamento da publicidade), Cardoso Ferreira), Dr.
Costa e Melo (colaborador), Dr. Mário Rocha, outros que a memória
já não retém. Sim, os pesos pesados do jornalismo daquele tempo
que Aveiro teve, nunca valorizou. Sinais dos tempos, ainda que alguns
já tenham partido deste mundo, em que “Os Homens passaram a ser
Contra o Homem”, como escreveu Gabriel Marcel. O mundo actual
sofrer de uma doença infecciosa grave, conhecida por septicemia
moral.
A
sociedade está fragmentada em pedaços isolados que, não raro, são
conflitantes entre si. “É o caso da incompatibilidade existente
entre a Ciência, a Filosofia, a Teologia, a Economia, a Política,
etc. Essa é a esquizofrenia existente no interior dos seres humanos,
projectada na vida social, que divide tudo: pais e filhos, homens e
mulheres, patrões e empregados, o governo e o povo, as classes
sociais, etc.” segundo a Dra. Cláudia Bernhardt Pacheco, visão
que subscrevo.
A
humanidade toda está doente. A economia, as leis, a medicina, a
psicologia, a religião, os seres humanos estão severamente
enfermos.
A
grande contribuição que o génio de Freud deu para o entendimento
da psicopatologia foi que ele percebeu que por detrás da máscara
que o ser humano usa, existe um”verdadeiro eu”, cheio de más
intenções, mesmo que muitas vezes inconscientes, e que essa
hipocrisia era a causa das neuroses.
Kepe,
não menos genial, percebeu que o mesmo ocorre com a sociedade –
por detrás das estruturas sociais, políticas e económicas, de
todas as leis, que o povo tanto respeita e admira, existe uma grande
doença, repleta de más intenções, inveja, desejo de poder,
exploração e manipulação. Na verdade, Kepe descobriu que ao
contrário do que se pensa, o homem tem que se defender das
instituições, das leis e dos sistemas dominantes, pois são
exactamente eles a principal causa das neuroses, psicoses, doenças e
problemas humanos.
Estas
leis são para garantir a todos os cidadãos os seus direitos!
Palavra de político. O povo numa postura submissa e imbecil
agradece. Nem sequer repara na mascara do mensageiro.
Porque
hoje é… Domingo, bom Domingo para os leitores do Litoral Centro.
J.
Carlos
Director
Nenhum comentário:
Postar um comentário