quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Garantia foi dada pelo Secretário de Estado do Ambiente, em Cantanhede | Solução para problema das descargas do “Intercetor Sul” da Águas Centro Litoral será decidida em janeiro



Até ao final do próximo mês de janeiro haverá uma decisão sobre a solução a adotar para diminuir o volume dos efluentes canalizados para o "Intercetor Sul" da Águas do Centro Litoral (AdCL), nas Cochadas, Freguesia da Tocha, de modo a acabar com a sobrecarga de caudais e eliminar definitivamente a necessidade de realização de descargas do coletor. A garantia foi dada pelo Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, em Cantanhede, ontem, 12 de dezembro, durante uma reunião promovida pela presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, na qual participaram também o presidente da Assembleia Municipal, João Moura, o vice-presidente da autarquia, Pedro Cardoso, e os vereadores Adérito Machado, Júlio Oliveira, Célia Simões, Luís Silva e Gonçalo Magalhães. Presentes estiveram ainda o presidente do Conselho de Administração da Inova-EM, Idalécio de Oliveira, e o presidente do Conselho de Administração da AdCL, Nelson Geada, bem como presidentes de Junta de Freguesia e representantes das forças políticas com assento na Assembleia Municipal, designadamente o PSD, o PS e a CDU.
Segundo o Secretário de Estado do Ambiente, estão nesta altura a ser avaliadas três hipóteses, duas das quais passam pela construção de uma ETAR com tratamento terciário no concelho de Cantanhede, para onde serão enviados os caudais produzidos numa parte do território servido pela rede ligada ao "Intercetor Sul", que se manterá a drenar um volume consideravelmente inferior de águas residuais, eliminando assim a necessidade das descargas que têm vindo a ocorrer na vala da Vela e em áreas adjacentes.


Os locais que estão a ser equacionados para a construção da ETAR são o lugar de Pisão, na Freguesia de S. Caetano, no limite do concelho, ou, em alternativa, as Cochadas, na freguesia da Tocha, em qualquer dos casos para tratamento terciário dos efluentes drenados pelos sistemas que servem várias freguesias. A terceira possibilidade que está a ser avaliada tem localização prevista para o concelho de Mira.
Qualquer das soluções será tecnologicamente avançada e garante maior segurança do ponto de vista ambiental”, afirmou o Secretário de Estado, sublinhando que “o resultado do tratamento terciário são águas que podem ser utilizados para rega e outros fins, até para a criação de planos de água em áreas de lazer, existindo vários bons exemplos disso no país”.


Da parte da presidente da Câmara de Cantanhede não há “reservas a qualquer das soluções previstas, o que não queremos é uma ETAR com sistema de infiltração como a que chegou a ser equacionada para a freguesia da Tocha, pois essa sim teria impactos ambientais profundamente nefastos. Batemo-nos contra tal solução e felizmente que ela foi abandonada”, sublinhou Helena Teodósio relativamente a uma decisão que mereceu também o aplauso do presidente da Junta de Freguesia da Tocha, Fernando Pais Alves. O autarca chegou mesmo a afirmar que “o abandono da solução da ETAR com sistema de infiltração que esteve prevista para a freguesia da Tocha foi uma das grandes alegrias que tive em trinta anos de vida autárquica”.
Para a presidente da Câmara de Cantanhede, “o importante é que haja agora uma decisão quanto à solução a implementar e que se avance urgentemente com o projeto, de modo a que seja resolvido de vez o problema das descargas de águas residuais do "Intercetor Sul" da AdCL. A este propósito, Helena Teodósio alertou para “a necessidade de a nova infraestrutura ser devidamente dimensionada para responder às perspetivas de aumento dos efluentes, em função do crescimento urbano e da instalação de novas empresas nas zonas industriais, que aliás estão a registar grande procura nesta altura”.
O Secretário de Estado assegurou que “esse aspeto será devidamente acautelado na solução que vier a ser adotada”. Referindo que “em janeiro haverá uma decisão sobre a localização da ETAR”, o secretário de Estado afirmou que, “tendo em conta todo o processo a desenvolver, desde a conceção até à construção, passando pelos aspetos administrativos inerentes, ela não entrará em funcionamento antes de dois anos. Até lá”, adiantou Carlos Martins, “a única coisa que pode ser feita quanto às descargas do "Intercetor Sul" da AdCL é continuar a monitorizar no sentido de identificar e impedir situações que revertam na sobrecarga do sistema”.


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