Até
ao final do próximo mês de janeiro haverá uma decisão sobre a
solução a adotar para diminuir o volume dos efluentes canalizados
para o "Intercetor Sul" da Águas do Centro Litoral (AdCL),
nas Cochadas, Freguesia da Tocha, de modo a acabar com a sobrecarga
de caudais e eliminar definitivamente a necessidade de realização
de descargas do coletor. A garantia foi dada pelo Secretário de
Estado do Ambiente, Carlos Martins, em Cantanhede, ontem, 12 de
dezembro, durante uma reunião promovida pela presidente da Câmara
Municipal, Helena Teodósio, na qual participaram também o
presidente da Assembleia Municipal, João Moura, o vice-presidente da
autarquia, Pedro Cardoso, e os vereadores Adérito Machado, Júlio
Oliveira, Célia Simões, Luís Silva e Gonçalo Magalhães.
Presentes estiveram ainda o presidente do Conselho de Administração
da Inova-EM, Idalécio de Oliveira, e o presidente do Conselho de
Administração da AdCL, Nelson Geada, bem como presidentes de Junta
de Freguesia e representantes das forças políticas com assento na
Assembleia Municipal, designadamente o PSD, o PS e a CDU.
Segundo
o Secretário de Estado do Ambiente, estão nesta altura a ser
avaliadas três hipóteses, duas das quais passam pela construção
de uma ETAR com tratamento terciário no concelho de Cantanhede, para
onde serão enviados os caudais produzidos numa parte do território
servido pela rede ligada ao "Intercetor Sul", que se
manterá a drenar um volume consideravelmente inferior de águas
residuais, eliminando assim a necessidade das descargas que têm
vindo a ocorrer na vala da Vela e em áreas adjacentes.
Os
locais que estão a ser equacionados para a construção da ETAR são
o lugar de Pisão, na Freguesia de S. Caetano, no limite do concelho,
ou, em alternativa, as Cochadas, na freguesia da Tocha, em qualquer
dos casos para tratamento terciário dos efluentes drenados pelos
sistemas que servem várias freguesias. A terceira possibilidade que
está a ser avaliada tem localização prevista para o concelho de
Mira.
“Qualquer
das soluções será tecnologicamente avançada e garante maior
segurança do ponto de vista ambiental”, afirmou
o Secretário de Estado, sublinhando que
“o resultado do tratamento terciário são águas que podem ser
utilizados para rega e outros fins, até para a criação de planos
de água em áreas de lazer, existindo vários bons exemplos disso no
país”.
Da
parte da presidente da Câmara de Cantanhede não há
“reservas a qualquer das soluções previstas, o que não queremos
é uma ETAR com sistema de infiltração como a que chegou a ser
equacionada para a freguesia da Tocha, pois essa sim teria impactos
ambientais profundamente nefastos. Batemo-nos contra tal solução e
felizmente que ela foi abandonada”,
sublinhou Helena Teodósio relativamente a uma decisão que mereceu
também o aplauso do presidente da Junta de Freguesia da Tocha,
Fernando Pais Alves. O autarca chegou mesmo a afirmar que “o
abandono da solução da ETAR com sistema de infiltração que esteve
prevista para a freguesia da Tocha foi uma das grandes alegrias que
tive em trinta anos de vida autárquica”.
Para
a presidente da Câmara de Cantanhede,
“o importante é que haja agora uma decisão quanto à solução a
implementar e que se avance urgentemente com o projeto, de modo a que
seja resolvido de vez o problema das descargas de águas residuais do
"Intercetor Sul" da AdCL.
A este propósito, Helena Teodósio alertou para “a
necessidade de a nova infraestrutura ser devidamente dimensionada
para responder às perspetivas de aumento dos efluentes, em função
do crescimento urbano e da instalação de novas empresas nas zonas
industriais, que aliás estão a registar grande procura nesta
altura”.
O
Secretário de Estado assegurou que “esse
aspeto será devidamente acautelado na solução que vier a ser
adotada”. Referindo que “em
janeiro haverá uma decisão sobre a localização da ETAR”, o
secretário de Estado afirmou
que, “tendo em conta todo o
processo a desenvolver, desde a conceção até à construção,
passando pelos aspetos administrativos inerentes, ela não entrará
em funcionamento antes de dois anos. Até lá”,
adiantou Carlos Martins, “a
única coisa que pode ser feita quanto às descargas do "Intercetor
Sul" da AdCL é continuar a monitorizar no sentido de
identificar e impedir situações que revertam na sobrecarga do
sistema”.
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