A África do Sul não deverá extraditar Manuel Chang para os Estados Unidos da América (EUA). “Assim que fecharmos o caso da Interpol vamos permitir que Moçambique tenha de volta o seu ex-ministro" revelou a ministra sul-africana da Cooperação e Relações Internacionais, Lindiwe Sisulu.
“Nós estamos a envia-lo para Moçambique para ser julgado (...) e acreditamos que está é a forma mais simples para todos”, explicou a governante ao jornal sul-africano Daily Maverick acrescentando que nesta altura o Departamento de Justiça estava a verificar se haveria um confronto entre os EUA e Moçambique, sobre seus pedidos de extradição.
Lindiwe Sisulu confirmou que “recebemos um pedido de Moçambique e acedemos a ele” tendo sugerido que os EUA talvez pudessem seguir o seu caso depois de Moçambique, e talvez até em Moçambique.
Chang, que assinou as Garantias bancárias ilegais que possibilitaram os empréstimos da Proindicus, MAM e EMATUM, foi detido pela Polícia Internacional (Interpol) a 29 de Dezembro no Aeroporto Internacional OR Tambo, onde estava em trânsito de Maputo para o Dubai, ao abrigo de um mandado de captura internacional emitido pela Justiça norte-americana.
O United States District Court for Eastern District of New York não pretende julgar o ex-ministro das Finanças pelas violações da Constituição da República de Moçambique violações das leis orçamentais mas por fraude electrónica, fraude de valores mobiliários, suborno e branqueamento de capitais.
Entretanto Manuel Chang continua detido e deverá voltar ao Tribunal de Kempton Park, na cidade de Joanesburgo, no próximo dia 26 para audiência sobre os pedidos de extradição dos EUA e de Moçambique. Independentemente da sentença judicial a lei sul-africana estabelece que a decisão final será sempre política, sendo evidente que as relações históricas entre o Congresso Nacional Africano (ANC) e o partido Frelimo falaram mais alto neste caso.
A confirmar-se a devolução de Chang para Moçambique será uma importante vitória para o Presidente Filipe Nyusi que não tem poupado esforços para evitar a extradição para os Estados Unidos da América e limitar os danos políticos na sua reeleição e do seu partido nas Eleições Gerais de Outubro próximo.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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