O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, classificou hoje de "incidente" os 80 tiros disparados por militares sobre um carro onde seguia uma família, que resultou na morte de um ocupante, no domingo, e defendeu que "o Exército não matou ninguém".
“O Exército não matou ninguém. o Exército é do povo. Nós não podemos acusar o povo de ser assassino. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, que está a ser apurada a responsabilidade”, afirmou Bolsonaro à imprensa local, na inauguração de um aeroporto no estado do Amapá, seis dias após o incidente, ocorrido no bairro Guadalupe, no Rio de Janeiro.
A Justiça Militar brasileira determinou na quarta-feira a prisão preventiva a nove dos dez militares suspeitos de terem efetuado os disparos.
Os militares desferiram 80 tiros contra o carro, no qual seguiam cinco pessoas, que estavam a caminho de uma festa de família.
Evaldo Santos Rosa, músico de 51 anos, teve morte imediata, enquanto a mulher, o filho de sete anos, o sogro e uma outra mulher que também estavam no carro foram feridos pelos militares brasileiros.
No evento, Jair Bolsonaro frisou que no "Exército sempre existe um responsável" e que o ministro da Defesa se irá pronunciar sobre o assunto, de forma a que se apurem responsabilidades.
"Está a ser apurada a responsabilidade. No Exército sempre existe um responsável. Não existe essa de varrer para debaixo do tapete. O Exército, na pessoa do seu comandante, o ministro da Defesa, vai pronunciar-se sobre esse assunto. Se for o caso, eu pronuncio-me também. Com os dados na mão, com os números na mão, nós vamos assumir a nossa responsabilidade e mostrar realmente o que aconteceu para a população brasileira”, afirmou.
Num primeiro momento, os militares foram detidos por terem desrespeitado as normas de abordagem do exército.
Com a decisão conhecida na quarta-feira, nove militares ficam detidos preventivamente por suspeitas de homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio.
Os militares que dispararam sobre o carro alegaram ter confundido o veículo com um outro que seria dirigido por criminosos.
"Tudo indica que os militares realmente confundiram o carro com um veículo de bandidos. Mas este veículo era de uma família. Não foi encontrada nenhuma arma dentro no carro. Todos os elementos determinaram que se tratava de uma família normal que terminou a ser vítima dos militares", disse o delegado Leonardo Salgado.
Lusa
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