Encontra-se
patente ao público na Biblioteca Municipal, durante o mês de maio,
a exposição Azulejos e
Porcelanas, de autoria de Maria
Eugénia da Cruz
Na
mostra estão patentes 31 trabalhos em azulejaria e 20 peças em
cerâmica pintadas pela autora. Os temas das peças são variados e
exprimem motivos diversos que vão desde os florais, às figuras
geométricas e humanas, entre outros.
Desde jovem que Maria Eugénia Cruz
demonstrou interesse pelas artes manuais e pela pintura,
particularmente de azulejos e porcelanas, mas foi só após a sua
aposentação que começou a pintar de forma regular. Como a artista
refere, “aposentada e com os
filhos já independentes, decidi iniciar a minha aprendizagem na arte
da pintura em porcelana, tendo para o efeito recorrido à professora
Eva Pascoal, o que me permitiu realizar alguns lindos trabalhos”.
Maria
Eugénia destaca o “grande
gosto pelo azulejo especialmente “séc. XVII”, recorrendo a
várias técnicas com resultados também diferentes, fui produzindo
trabalhos, alguns dos quais aqui presentes, já que habitualmente são
produzidos painéis decorativos que se fixam, não permitindo a sua
remoção”.
História
do azulejo em Portugal
O
azulejo foi introduzido em Portugal no século XV. Oriunda do norte
de África, esta arte foi trazida por artistas islâmicos e
introduzida nos principais centros de produção ibéricos, tendo
mais tarde sido criadas olarias especializadas na produção de
azulejos em Lisboa.
Sendo
a utilização do azulejo comum a outros países, a arte da
azulejaria distinguiu-se em Portugal, assumindo especial importância
no contexto universal da criação artística.
Atualmente,
apesar da sua industrialização, há ainda o gosto de recorrer à
pintura artesanal utilizando as várias técnicas presentes “no
azulejo artístico” essencialmente pintado à mão, com recurso a
tintas solúveis em água nas cores azul cobalto, verde-cobre,
castanho, amarelo e vermelho, este último muito difícil de aplicar.
Dado
que a superfície dos azulejos é porosa e delicada, absorve
imediatamente e com carácter definitivo qualquer pincelada, não
permitindo possíveis correções.
Para
a autora, “a pintura em azulejo
requer um apurado sentido de antevisão da cor porque os tons
pretendidos só se revelam após a cozedura das peças. Neste caso em
apreço, do “azulejo vidrado cru”, vai a cozer a 1020 graus…
riscos constantes e desafiadores que trazem alguns desaires!...”
Sobre
Maria Eugénia Canuda
da Cruz
Maria
Eugénia nasceu no ano de 1937, em Arazede. Tirou o curso de
Enfermagem, na Escola Dr. Ângelo da Fonseca, em Coimbra, e a
Especialidade de Saúde Materna e Obstétrica, no Instituto Maternal
do Porto. Fez um curso de Saúde Pública, em Lisboa, e o Mestrado em
Administração de Serviço de Enfermagem, na Escola Superior de
Enfermagem de Coimbra.
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