A Polícia da República de Moçambique (PRM) voltou a mostrar a sua musculatura contra simpatizantes e membros dos partidos de oposição e manchou as Eleições Gerais com o baleamento mortal de um cidadão no Distrito de Nacala-Porto, na Província de Nampula. Outros tiros foram disparados na Zambézia, gás lacrimogéneo foi lançado contra eleitores que tentavam proteger o seu voto. Dezenas de cidadãos foram encontrados na posse de boletins de voto em branco e outros preenchidos à favor do partido Frelimo fora da cabine de votação.
O Centro de Integridade Pública que uma pessoa morreu baleada e espancada por agentes da PRM no Distrito de Nacala-Porto durante a contagem de votos na Escola Secundária São Vicente de Paulo, no bairro de Ontupaia. No mesmo local quatro outros cidadãos foram baleadas nos membros inferiores quando a polícia tentava dispersar as pessoas aglomeradas nas cercanias das assembleias de voto.
Ainda na província nortenha, no Distrito de Angoche, agentes da PRM dispararam granadas de gás lacrimogéneo para dispersar eleitores, simpatizantes do partido Renamo, que pretendiam controlar voto na EPC de Namaripe.
Em outros distritos da província de Nampula e na Província da Zambézia a PRM disparou balas reias para o ar para impedir a concentração de apoiantes de partidos de oposição que pretendiam fiscalizar a contagem dos votos.
No bairro Milamba, no Município de Mocímboa da Praia, o delegado do partido Renamo foi espancado e detido pela PRM, de acordo com a Sala da Paz, que reportou que foram ainda detidos outros três membros do maior partido de oposição presentes no local na sequência do incidente por defenderem a presença do delegado na sala.
Mais cedo, durante a votação, observadores nacionais constataram diversos ilícitos eleitorais com destaque para um escrutinador na assembleia instalada na EPC 16 de Junho, no Distrito de Mopeia, na Província da Zambézia, foi encontrado com boletins de voto preenchidos à favor do partido Frelimo. Na mesma província, no Distrito de Milange, um cidadão foi apanhado com boletins de voto em branco enquanto outro tinha boletins adicionais preenchidos à favor do partido Frelimo. Nos distritos de Mocuba e Inhassunge dois outros cidadãos foram encontrado com boletins de voto assinalados à favor do partido Frelimo.
Os observadores estrangeiros, que não enfrentaram problemas de credenciação como os moçambicanos e ainda tiveram o privilégio de batedores da polícia para as suas movimentações em viaturas de luxo, parecem ter acatado as recomendações do Governo do partido Frelimo e ainda não fizeram nenhum pronunciamento público sobre as eleições desta terça-feira (15).
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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