O Conselho Geral da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura aprovou ontem, em Leiria, a constituição de uma regicooperativa, que integra todos os 26 municípios do projeto, e um orçamento de 800 mil euros para dois anos.
Segundo o coordenador do grupo executivo da candidatura, "foi um dia histórico", sendo a criação da regicooperativa é "um sinal extraordinário".
"Há uma vontade de caminhar em conjunto para este projeto. É um compromisso muito sólido que vai além do título que desejamos receber para 2027 e isso é distintivo relativamente a outras candidaturas", disse à agência Lusa Paulo Lameiro.
Hoje ficou estabelecida, por unanimidade - apenas o município da Batalha pediu tempo para analisar o modelo proposto -, a criação de uma estrutura supramunicipal, de modo a que "não fosse o município de Leiria a gerir a candidatura com a assinatura dos outros municípios"
"Este é, verdadeiramente, um dos marcos que estamos a tomar como chancela para esta candidatura: é que ela é mesmo uma candidatura de 26 municípios. No caso das outras candidaturas que têm ganho, são constituídas fundações. Mas as fundações extinguem-se passado o seu objetivo", notou Paulo Lameiro.
Na candidatura de Leiria, o compromisso assumido e hoje confirmado vai para além da Capital Europeia da cultura, caso a respetiva organização seja atribuída.
"O objetivo não é somente a candidatura, mas é um projeto cultural mobilizador para estes 26 municípios" que, desta forma, na nova estrutura aprovada, permite estarem “todos de igual para igual, cada um envolvido e empenhado na candidatura".
"É um dado fundamental, porque é a corresponsabilização de todos", reforçou o coordenador da candidatura.
Relativamente ao orçamento também foram tomadas decisões na reunião de hoje. A proposta inicial para os próximos dois anos previa uma contribuição de dois euros por cada habitante do território abrangido pela candidatura, 26 municípios das comunidades intermunicipais de Leiria, Oeste e Médio Tejo.
Contudo, esse montante foi recalculado para um euro por habitante, correspondendo a cerca de 800 mil euros para projetos a concretizar nos próximos dois anos.
Segundo Paulo Lameiro, a redução vai obrigar “a redefinir” o que se tinha “previsto, mas não é nada que hipoteque alguma coisa de importante".
A redução não implica "deixar de fazer nada” do que se tinha pensado, mas “a escala é que será mais pequena", frisou o coordenador.
Do valor aprovado, o município de Leiria suportará 25% do total, enquanto os restantes 75% serão patrocinados por todos as 26 câmaras envolvidas.
"Boa parte deste financiamento será para um grande congresso internacional sobre cultura e território a realizar de agora a um ano, outubro de 2020, que será o culminar de um conjunto de projetos que vão estar no terreno a partir de janeiro. Vai apontar os caminhos e os nomes da candidatura de Leiria", sublinhou o coordenador.
Em definição está ainda a comissão de honra da candidatura, que envolve cerca de 300 nomes, indicados por cada um dos 26 municípios.
A transformação em regicooperativa Rede Cultura 2027 deve ficar confirmada em março de 2020, com a entrega de toda a documentação no Tribunal de Contas. Trata-se de uma forma de associação para fins culturais que permite agregar entidades públicas e privadas.
Lusa
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