Participei
hoje em Bruxelas na reunião da COTER, a Comissão Especializada do
Orçamento e dos Fundos Comunitários, do Comité das Regiões da
União Europeia.
Esta
reunião teve vários temas importantes, destacando-se a comunicação
da Política de Coesão, a revisão intercalar do Quadro Financeiro
Plurianual (QFP) 2021/2027 e o início do debate do Futuro da
Política de Coesão no Pós-2027.
No
debate sobre a revisão intercalar do QFP 2021/2027, tive
oportunidade de intervir para chamar a atenção da importância de
considerar neste importante processo, dois aspetos muito relevantes:
A
necessidade de melhorar o arranque da execução dos QFP, dado que o
atual Quadro só vai ter no seu quarto ano de vida o seu primeiro
ano de disponibilidade e execução plena, situação que é
clássica no arranque dos QFP, que tem de ser corrigida em próximos
QFP e tem de ser colmatada com a agilização dos processos de
tramitação do financiamento dos projetos para que seja possível
um forte ritmo de execução desde já;
A
importância de se ponderar o aumento das dotações dos Fundos
Comunitários para operações de contratualização com entidades
beneficiárias, para que se aumente a qualidade do planeamento dos
investimentos, dado que a simples utilização de procedimentos de
concurso tem um efeito de objetivo impedimento no devido e
necessário planeamento dos investimentos e no desenvolvimento de um
elevado ritmo de execução.
Numa
outra frente, o Comité das Regiões, a sua Comissão COTER e a
própria União Europeia pela ação de outras das suas instituições,
está a iniciar o debate sobre o Futuro da Política de Coesão da
União Europeia do Pós-2027.
Está
em desenvolvimento um processo de debate neste ano de 2023, que terá
um natural abrandamento em 2024 por força da realização das
Eleições para o Parlamento Europeu, estando definido o ano de 2025
para se terminar o debate e se assumir a tomada de decisões.
É
muito importante que Portugal e todos os Estados-Membros seja parte
ativa e importante deste debate, sendo que é absolutamente capital
que este debate e esse processo de decisão esteja a decorrer ao
mesmo tempo que o debate e a decisão do alargamento da União
Europeia.
São
muitas as questões a responder.
A
União Europeia, no período de 2028 a 2034 vai continuar a ter 27
Estados-Membros? Os 12 Países que estão à espera de entrar na
União, alguns há mais de 10 anos, vão continuar a estar fora? A
Ucrânia é um desses Países e tem uma necessidade muito especial de
apoio à sua reconstrução no pós-guerra, e além dos discursos, os
instrumentos de ação vão ser capazes dessa hercúlea tarefa? Se
esses Países entrarem na União, vão ser parte da Política de
Coesão, e isso vai mudar de forma relevante a substância, a forma e
os instrumentos financeiros do QFP 2028 / 2034: como será a nova
Política de Coesão a 39? Que novas receitas vai ter o Orçamento da
União Europeia para financiar o QFP 2028 / 2034?
O
Futuro da Coesão e o Futuro do alargamento da União Europeia são
parte do mesmo debate e das decisões, muito difíceis e muito
importantes, sobre o Futuro da União Europeia.
Os
debates estão abertos, os contributos são necessários, e a Eleição
ao Parlamento Europeu de 2024 é uma oportunidade democrática
relevante para definir ou redefinir posições políticas e tornar a
União Europeia melhor, maior e mais coesa.
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