quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Sociedade | Estar sentado demasiado tempo pode matar, mesmo que faça exercício


Novo estudo concluiu que comportamento sedentário aumenta risco de morte precoce, mesmo que faça exercício depois de muitas horas instalado na cadeira

Estar sentado por períodos de tempo excessivamente longos é um fator de risco para a morte precoce, e nem sequer importa se faz exercício. Esta é a conclusão de um estudo norte-americano, publicado na segunda-feira no Annals of Internal Medicine, e que teve como objetivo analisar a associação entre o comportamento sedentário, em episódios prolongados e ininterruptos, e a mortalidade.

A investigação, conduzida por Keith Diaz, do Departamento de Medicina da Universidade Columbia, em Nova Iorque, teve por base uma amostra de aproximadamente oito mil adultos e verificou a existência de uma relação direta entre o tempo sentado e o risco de mortalidade precoce. À medida que o tempo que cada pessoa passa sentada aumenta, sobe também o risco de morte precoce, sendo que as pessoas que ficam sentadas por menos de 30 minutos registam um risco mais reduzido. Para medir o tempo de sedentarismo, a equipa de investigadores recorreu a acelerómetros.

Analisando os dados, a equipa de cientistas descobriu que o comportamento sedentário representava, em média, cerca de 12,3 horas, na média de 16 horas em que uma pessoa está acordada.

Os resultados indicaram que, em geral, o risco de morte dos participantes aumentou em conjunto com o tempo total que passavam sentados, independentemente da idade, sexo, raça, índice de massa corporal ou hábitos de exercício.

"Descobrimos que não havia um limite ou ponto específico onde o risco de morte aumentava drasticamente", explicou o investigador em declarações à CNN. "Para dar um número específico, aqueles que se sentaram por mais de 13 horas por dia tiveram um risco duas vezes superior por comparação com aqueles que se sentaram menos de 11 horas por dia", disse.

Os resultados indicaram ainda que aqueles que se sentam menos de 30 minutos apresentaram um risco de morte 55% menor do que as pessoas que ficam sentadas por períodos superiores a meia hora.

O estudo adiantou também que as pessoas que frequentemente se sentam por períodos superiores a 90 minutos apresentaram um risco de morte duas vezes superior por comparação com aqueles que se sentam por períodos inferiores.

A American Heart Association, uma organização americana dedicada à luta contra as doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais, encoraja os cidadãos a "sentar menos e mover mais", mas, para o investigador, esta diretriz "seria como dizer alguém para fazer exercício mas sem explicar como", afirmou Diaz.

De acordo com o investigador, as orientações para a prática de exercício devem ser precisas , sendo que o mesmo se aplica para quem passa muito tempo sentado: "Nós achamos que deveria existir uma diretriz mais especifica, onde se lesse o seguinte: Por cada 30 minutos consecutivos sentado, levante-se e caminhe durante cinco minutos, em ritmo acelerado, para reduzir os riscos para a saúde."

Diaz avança ainda que o estudo divulgado "coloca-nos um passo mais próximo de tais diretrizes" mas é necessário mais investigação para avaliar as descobertas.

Fonte: DN

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