O jovem comandante, que se diz com ligação aos soldados da paz “desde os três ou quatro meses de idade”, por ser filho de um Bombeiro que tinha “um amor incondicional à causa”, optou por se licenciar em Desporto, seguiu a vida académica com uma segunda licenciatura em Engenharia de Protecção Civil, pelo Instituto Superior de Educação e Ciências, de Lisboa, e várias especializações nesta área, e só depois decidiu ingressar nos Bombeiros Voluntário de Pombal, “quando tinha mais ou menos 30 anos”, o que faz com que este seja “um percurso nada normal”, porque normalmente “ingressam primeiro nos Bombeiros e só depois apostam na formação”.
Se este percurso alternativo é a base do sucesso de Nuno Osório, é uma incógnita, mas a verdade é que o currículo deste jovem está carregado de outros feitos notáveis, como a participação no Campeonato Nacional, e no Desafio Mundial de Resgate em Ambiente Simulado, no fundo é uma espécie de campeonato mundial de resgate e salvamento.
Para que as equipas sejam qualificadas para este ‘campeonato do mundo’ é “obrigatório que os concorrentes fiquem classificados nos três primeiros lugares” do Campeonato Nacional, no caso da equipa liderada pelo pombalense “no último ano ficámos em segundo lugar, sendo que o primeiro lugar foi ocupado pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa”, o que lhes valeu uma ida à cidade brasileira de Curitiba, e onde ficaram classificados no “21.º lugar da geral” e uma notável 4.ª posição na prova “standard”, isto em 2016, porque a prova deste ano, 2017, foi disputada na Roménia, “onde participaram 70 equipas, provenientes de 17 países”, e de onde trouxeram um brilhante 14.º lugar, apesar de Nuno Osório confessar que “contávamos ficar mais bem posicionados”, no entanto “fizemos uma prova de excelência”.
A preparação para estas provas exige “muito rigor e disciplina”, e a equipa conta com a “ajuda inexcedível” de várias sucateiras da região, que disponibilizam viaturas para que estes soldados da paz treinem todos os procedimentos. Mas os treinos não são apenas para a participação neste tipo de concursos, serve para aprimorar as técnicas, e quem ganha, bem… “quem ganha são as pessoas, porque conseguimos fazer salvamentos com uma qualidade superior”, e com uma taxa de sucesso mais elevada.
A responder directamente ao presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Nuno Osório tem a seu cargo a responsabilidade de coordenar todo o Gabinete de Protecção Civil e até foi a sua equipa a responsável pela construção e supervisão da ponte militar que ligou a auto-estrada A14 à EN 111 na zona de Maiorca, Figueira da Foz, aquando do aluimento do piso, em 2016.
Na temática dos incêndios, o jovem pombalense também tem uma vasta experiência, o que o leva a ser um dos principais estudiosos e impulsionadores das técnicas de contrafogo, ou fogo de supressão, como “arma poderosa” para travar a progressão das chamas.
No fundo está é uma técnica de “utilização do fogo no âmbito do combate a incêndios florestais e é visto como um dos procedimentos mais eficazes de combate”. No entanto, é também a “mais exigente em termos de segurança” de pessoas e bens e no conhecimento necessário para prever os seus resultados e consequências..
O uso do fogo “não pode ser encarado como uma simples ferramenta mas sim como uma técnica complexa”, que exige profissionais com conhecimentos e experiência consolidada sobre o fogo e sobre todos os “elementos que influenciam o seu comportamento, impacto ambiental e gestão”, dotando-os com capacidades de análise, antecipação, organização, e execução adequada.
Nuno Osório está também a colaborar com criação e formação de um corpo de bombeiros, na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, em Moçambique. Se tem tempo para tudo? “Nunca me canso do que faço, porque tenho uma paixão enorme pelos Bombeiros”, confessa.
Idem BPS
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