segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Eu, Psicóloga | Pais irritados, filhos irritados.



Os pais que se irritam com facilidade e que têm reações exageradas têm uma maior probabilidade de terem filhos que agem fora do controlo e ficam facilmente aborrecidos, sugere um estudo publicado no Development and Psychopathology, cita o site Alert. Para o estudo, os investigadores da Oregon State University, nos EUA, contaram com a participação de 361 famílias adotivas, tendo também obtido os dados genéticos dos pais biológicos e das crianças.

Os investigadores, liderados por Shannon Lipscomb, acompanharam as crianças aos nove, dezoito e vinte e sete meses e constataram que os pais adotivos que tinham tendência a terem reações exageradas, por exemplo, zangarem-se facilmente quando as crianças testavam os seus limites ou faziam asneiras, influenciavam o comportamento dos filhos. Estas crianças apresentavam «emoções negativas» e agiam fora do controlo, tendo acessos de raiva mais frequentes do que o normal para a sua idade.

Esta é uma idade onde as crianças são propensas a testar limites e fronteiras», revelou, em comunicado de imprensa Shannon Lipscomb. «No entanto, os estudos mostram consistentemente que as crianças com níveis elevados de emoções negativas durante estes primeiros anos têm mais dificuldades em controlar as emoções, e tendem a apresentar um comportamento mais problemático durante a idade escolar.

Os investigadores também constataram que as crianças que apresentaram um maior aumento de emoções negativas, desde os nove aos vinte e sete meses de idade, também apresentaram maiores problemas de comportamento aos dois anos. O que sugere que as emoções negativas que ocorrem durante o desenvolvimento do bebé podem ter implicações no comportamento das crianças anos mais tarde. Por outro lado, o estudo também verificou que a genética também desempenhava um papel importante no comportamento das crianças, particularmente nos casos de crianças que apresentavam um risco genético para as emoções negativas herdadas através das suas mães, apesar de terem sido criadas num ambiente calmo e menos reativo.

Assim de acordo com Shannon Lipscomb os pais têm que ter consciência que a forma como os filhos se adaptam à primeira infância, um momento desafiante marcado pela crescente mobilidade e independência da criança, pode ter impacto no futuro desenvolvimento da criança. «A capacidade do pais em controlarem as suas reações e não vacilarem, serem seguros e não exageram perante os comportamentos das crianças é uma forma importante de ajudar os filhos a modificar os seus comportamentos», conclui a investigadora. 

Os pais dão exemplo aos filhos no modo como gerem as emoções e reações.

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