Os presidentes de Moçambique e da África do Sul, Filipe Nyusi e Cyril Ramphosa, reuniram nesta segunda-feira(14) em Maputo para falar sobre as detenções do empresário Andre Hannekom, acusado de ser o financiador do "Al Shabaab” em Cabo Delgado, e do ex-ministro Manuel Chang, que aguarda extradição para o EUA numa cadeia sul-africana.
A visita de um dia a capital moçambicana do Presidente da República da África do Sul dentre as mais de duas dezenas de pontos de agenda divulgados foi dominada pelos casos que a Justiça de cada uma das Nações.
Oficialmente os dois Chefes de Estado, e respectivas delegações “Abordaram sobre a situação de detenção na República da África do Sul de Manuel Chang, antigo Ministro de Finanças de Moçambique por mandato da Interpol e do cidadão Sul Africano Andrew Hannekon, indiciado pelas autoridades judiciárias moçambicanas de colaboração com os malfeitores que protagonizam ataques na região norte da província de Cabo Delgado”.
“Em ambas as situações os dois Chefes de Estado observaram a necessidade de aguardar pelo curso normal da justiça e deixar as instituições competentes realizarem o seu trabalho no âmbito da separação de poderes”, refere um comunicado da Presidência da República moçambicana.
Enquanto Manuel Chang, o ex-ministro das Finanças que assinou as Garantias bancárias ilegais que possibilitaram os empréstimos das empresas Proindicus, EMATUM e MAM, luta para evitar ser extraditado para os Estados Unidos da América onde deverá ser julgado por corrupção e outros crimes conexos o Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado revelou nesta segunda-feira(14) ter registado um processo crime onde o cidadão sul-africano, Andre Hannekom, é acusado de ser o financiador, logístico e coordenador das acções dos insurgentes apelidados de "Al Shabaab” que aterrorizam a Região Norte de Moçambique desde Outubro de 2017.
Hannekom, um empresário há vários anos estabelecido no distrito de Palma explorando um negócio marítimo de logística para algumas petrolíferas, é acusado pelo Ministério Público da prática de homicídio qualificado e de instigação ou provocação a desobediência colectiva contra a organização do Estado moçambicano, associação para delinquir e porte de armas proibidas precisou o porta-voz do Tribunal, Zacarias Napatima, em conferencia de imprensa na cidade de Pemba.
O cidadão sul-africano de 60 anos de idade é acusado ainda de pagar aos membros do grupo um valor mensal de 10 mil meticais (cerca de 142 euros), além de providenciar medicamentos aos "Al Shabaab", assim apelidados pelos locais por maioritariamente tratar-se de um agrupamento de jovens.
A acusação acontece mais de quatro meses após Hanekom ter sido sequestrado da sua residência e ferido por balas por desconhecidos todavia, após uma breve passagem por um hospital, foi detido num quartel militar no distrito de Mueda até ao momento. C
ontudo, e apesar da visita de Matamela Cyril Ramphosa inserir-se “no âmbito do reforço e aprofundamento dos laços de solidariedade, amizade e cooperação política, económica, social, cultural entre os dois países” o facto é que as delegações de ambos países restringiram-se a altos funcionários da Defesa, Segurança, Polícia e Justiça.
O Presidente da África do Sul fez-se acompanhar pelos ministros da Defesa e Veteranos Militares, da Polícia e o da Segurança do Estado e outros quadros da Presidência enquanto Filipe Nyusi esteve ladeado pelos titulares dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Interior, Justiça e outros altos quadros do seu Gabinete.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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