O
embaixador de S. Tomé e Príncipe em Portugal e Marrocos, Luís
Guilherme D’Oliveira Viegas, esteve em Cantanhede na apresentação
editorial de "Cancioneiro da Música Popular São-tomense - Butá
Kloson Ba Lônji", o seu mais recente livro. No auditório do
Centro Paroquial de Cantanhede, em 25 de maio, a obra foi apresentada
por Albertino Bragança, também ele embaixador e escritor
são-tomense, que acompanhou o autor na mesa de honra, juntamente com
o presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede, João Moura, em
representação do Município, e com o cônsul honorário de São
Tomé e Príncipe, José Diogo.
Editado
em português e crioulo "santomé", "Butá Kloson Ba
Lônji" aborda o surgimento dos grupos musicais são-tomenses
nos anos 60 do séc. XX, destacando-lhes as notas compromissórias,
marcadamente de intervenção política, como meio aglutinador e
sensibilizador do povo são-tomense para a luta de libertação do
país.
Na
apresentação do
livro, Albertino
Bragança enalteceu o árduo trabalho de recolha vertido
numa narrativa que suscita “um
sentimento de deliciosa e profunda comunhão com os valores marcantes
da minha cultura, da cultura santomense”. Numa
abordagem com alusões a referências históricas marcantes da
música popular de S. Tomé e Príncipe, o embaixador classificou o
livro de Luís Guilherme D’Oliveira Viegas como “uma
obra a todos os títulos importante, um notável tributo de reflexão
e respeito pelo acervo cultural do povo santomense, forjado, como se
sabe, por um profundo caldeamento de povos, culturas e civilizações
díspares e muito marcado pelas também profundas alterações que
ocorreram na estruturação dos grupos sociais do país com o
regresso dos portugueses, no início do século XIX”.
Por
seu lado, o autor falou “do
sentimento de grande responsabilidade com que abraçou o projeto de
registar em livro a riqueza cultural do maravilhoso património
cultural de S.
Tomé e Príncipe.
Luís
Guilherme D’Oliveira Viegas
destacou
a propósito “as
letras impregnadas de conteúdos e mensagens veladas que não
poderiam expressar claramente, recorrendo ao discurso metafórico
para alcançar as suas pretensões, de modo a contornar as
vicissitudes vividas antes da autonomia e independência política e
administrativa do país”.
Na
sessão interveio também João Moura, que na qualidade de presidente
da Assembleia Municipal, deu as boas vindas aos diplomatas
são-tomenses e lembrou
“as salutares relações institucionais existentes desde há muitos
anos entre o Município de Cantanhede e a República de São
Tomé e Príncipe, como aliás tem sido visível na Expofacic, mas
também em algumas ações de cooperação”.
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