O Conselho de Ministros aprovou nesta terça-feira (14) o Plano de Desenvolvimento (PoD) do campo Mamba/Prosperidade no Bloco do Rovuma. É mais um documento cujos termos os moçambicanos não têm conhecimento e não inclui, por exemplo, que quantidade de gás ficará para o mercado nacional. Por outro lado, se a Decisão Final de Investimento (DFI) acontecer ainda este ano, deverá obrigar o nosso país a mais um endividamento para assegurar a participação da ENH neste projecto onde serão investidos 25 biliões de Dólares norte-americanos.
Reunido na sua 16ª sessão Ordinária o Governo de Filipe Nyusi validou o acordo de unificação dos campo de Mamba e Prosperidade, situados na Área 1 e 4 do Bloco do Rovuma, e a sua operação da unificada em terra pelos consórcios Rovuma LNG e Mozambique LNG. Foi também aprovado o PoD do projecto que deverá explorar as cerca de 85 triliões de pés cúbicos de gás natural que ali existem.
Tal como os planos de desenvolvimento dos restantes projectos de gás natural no nosso país este também não é do domínio público e a medida que começam a ser implementados os moçambicanos descobrem que anúncios feitos pelos governantes do partido Frelimo e não desmentidos pelos investidores não passam de promessas de boa vontade.
Uma dessas promessas está relacionada com a quantidade de gás natural que será destinada ao mercado moçambicanos, afinal todos esses projectos assentam os seus investimentos na exportação. Das reservas de Pande e Temane sabemos que hoje, quase duas décadas depois do sua negociação, o gás dedicado ao mercado doméstica não chega sequer para encher as botijas que o povo precisa para cozinhar.
Hoje já é publico que afinal os 400 milhões de pés cúbicos de gás natural dia que foram prometidos serem disponibilizados pela Área 1 não serão disponibilizados a partir de 2024, mas talvez em 2030.
Aliás o @Verdade apurou que estas quantidades de gás a ser disponibilizado ao mercado moçambicano não estão inscritas no Plano de Desenvolvimento aprovado pelo Governo para o Consórsio Mozambique LNG.
Logo após o anúncio do Conselho de Ministros o Consórcio Rovuma LNG reiterou que poderá anunciar a sua Decisão Final de investir 25 biliões de Dólares norte-americanos em Moçambique ainda este ano, o que implica que a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que tem 10 por cento no projecto, deverá encontrar financiamento para esses quase 2 biliões de Dólares que precisa de investir.
Recorde-se que para garantir a participação da ENH no projecto da Área 1 o Estado moçambicano teve de emitir uma Garantia Soberana de 2,2 biliões de Dólares norte-americanos. Com contas atrasadas e “maquilhadas” braço empresarial do Estado nos projectos de gás natural já devia mais de 1 bilião de Dólares aos parceiros que a “levaram ao colo” no investimento da Área 4 Offshore.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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