terça-feira, 16 de julho de 2019

Castelo de Paiva | Medalha de Mérito Municipal para o actor António Capelo, 2ª EDIÇÃO DA BIENAL DA CULTURA TEVE ONTEM INÍCIO EM CASTELO DE PAIVA


Espectáculo “Payva Douro” será o momento alto da iniciativa

O regresso à actividade cultural em Castelo de Paiva aconteceu ontem ao final da tarde, com o arranque da 2ª edição da Bienal da Cultura uma iniciativa municipal que, sob o tema “ O rio, a terra e as gentes “, vai decorrer até 20 de Julho no território paivense, numa aposta forte na cultura, música e criatividade enquanto elementos distintivos, evidenciando um programa multi-cultural e diferenciado, pretendendo uma vez mais, celebrar a cultura e a criatividade na relação saudável e equilibrada entre pessoas e as tradições locais, com espectáculos livres e direccionados para toda a comunidade.

A iniciativa arrancou com a cerimónia de abertura junto à edilidade, e com a presença de Estátuas Vivas e uma actuação dos Pauliteiros de Miranda no Largo do Conde, o mesmo sítio que, nas escadarias da Igreja Matriz, recebeu à noite, um grande espectáculo de Àrias de Ópera, interpretado pelo trio, Opera Intermezzo do Porto,com um reportório vasto e repleto de vários obras tão bem conhecidas por todos, fantásticos tenores que brilharam no arranque da Bienal e arrepiaram os presentes com uma actuação de grande nível, enquanto no espaço do CICL se procedeu à abertura de uma exposição de fotografia de Luis Monteiro, “ Payva – terras de água “, onde através de um conjunto de fotografias, o autor redescobre locais, quer na sua perspectiva mais pura e selvagem, quer na sua visão mais antrópica e humanizada, procurando mostrar que, as Terras de Payva não seriam as mesmas se não fossem recortadas pelos rios Douro, Paiva, Arda e Sardoura, quatro eixos de água e biodiversidade, que deram origem a vales férteis e abastados que foram responsáveis pela fixação dos nossos antepassados.

Mas esta primeira noite do evento ficou marcada pela cerimónia de homenagem ao actor António Capelo, natural de Castelo de Paiva, que foi distinguido pela Câmara Municipal com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, sendo reconhecido pela sua brilhante carreira no Teatro, Cinema e na TV e pelo seu forte empenhamento na promoção das potencialidades do município.

Para o presidente Gonçalo Rocha, que destacou que, a cultura é a força e a expressão mais sublime da dimensão humana, era importante reconhecer a dedicação e empenho deAntónio Capelo, retirando o melhor de si em prol da cultura e da comunidade paivense, sendo por isso, merecedor de toda a gratidão pública pelo seu notável trabalho, elogiando desta forma, a qualidade e a excelência do serviço prestado por este prestigiado paivense, merecendo o reconhecimento público das entidades competentes e da própria população local, conforme refere deliberação da autarquia paivense aprovada a 12 de Junho. 

Referiu o autarca que, enquanto paivense, o actor António Capelo é um orgulho para todos e tem sempre demonstrado um enorme carinho pela sua terra e pelos seus, tem sido um homem sempre presente quando chamado a participar e dinamizar acções e eventos que engrandecem e prestigiam o nome de Castelo de Paiva, destacando neste particular, o papel que tem desempenhado com grande entusiasmo, enquanto director artístico do “Teatro do Bolhão”, na direcção artística da representação teatral que é a grande referência da Bienal da Cultura de Castelo de Paiva, que nesta segunda edição, está a decorrer sob o tema “O rio, a terra e as gentes”.

Recorde-se que, António Capelo é natural da freguesia de Pedorido e tornou-se profissional de teatro em 1977, onde além do vastíssimo curriculum enquanto actor e encenador (participação em mais de seis dezenas de peças de teatro), também se destacou enquanto director Artístico do Teatro Universitário do Porto, cargo que ocupou durante dez anos e foi director artístico do TEAR, companhia profissional de teatro, sendo actualmente diretor artístico da ACE Escola de Artes; escola profissional de teatro e do “Teatro do Bolhão”, companhia profissional de teatro tendo dirigido, entre outras, a produção de “Ponte de Sonhos”, espectáculo considerado o melhor do Porto 2001/Capital Europeia da Cultura.

Além de actor de teatro, também se notabilizou como protagonista de variadas séries televisivas e telenovelas, no cinema, e até como músico e, ainda na área do teatro, tem-se destacado na área da formação em escolas portuguesas e estrangeiras, designadamente: Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto, aArden Scholl of Manchester, a École Internacionale Jacques LeCoq, Paris, a École du Passage, Paris, e o Rose Brufford College, Londres, sendo o seu trabalho desenvolvido várias vezes premiado, destacando-se a sua nomeação para diversos prémios de interpretação.

Castelo de Paiva tem mantido, ao longo dos anos, uma relação saudável e equilibrada entre a tradição cultural e o ensino da música e esta segunda edição daBienal da Cultura pretende, uma vez mais, celebrar isso mesmo, com espectáculos livres e abertos a toda a população.

Um dos maiores momentos previstos para este evento está agendado para 19 de Julho, às 22:00h, e será sem dúvida o espectáculo Payva D’Ouro, assinado porAntónio Capelo, que configura o regresso do Teatro do Bolhão a Castelo de Paiva, com uma apresentação dedicada agora ao tema "O Rio, a Terra e as Gentes “ a ter lugar no Largo do Conde, com um evento teatral e multidisciplinar de larga escala, envolvendo profissionais daquela companhia teatral portuense, em articulação com cerca de 500 intervenientes, pertencentes a grupos e entidades locais, visando aprofundar o envolvimento da comunidade na celebração da vila, da sua memória colectiva e da sua identidade.

Payva D’ouro apresenta-se como uma celebração da região de Paiva, da sua identidade e da memória colectiva das suas gentes e constrói-se a partir da presença do rio e da sua relação orgânica com a terra a as gentes. O rio é entendido como ponto de partida e de chegada, caminho, espaço de viagem, de trabalho e de vivência quotidiana. É, também, poeticamente a “porta mágica” para outros mundos e outros tempos e, neste espectáculo, destacam-se o teatro, o circo, a dança, a música e o canto que vão marcar presença nas varandas, fachadas e janelas do emblemático Largo do Conde, num evento festivo que vai cativar os visitantes.

Segundo António Capelo, como que por magia, “ o adro da igreja transformar-se-á num enorme cais, onde a vida se anima… e a nossa memória se ergue à altura da vela que evocará, em imagens, o tempo que já foi de outros, dos outros que foram a nossa família e continuam a ser a nossa comunidade. Onde os sons vão encher os nossos ouvidos das cantigas que ouvimos em casa, nas ruas, nos campos e sobre as próprias águas dos rios todos do nosso concelho “, destacando-se a parceria mais representativa, com a Academia de Música de Castelo de Paiva, cujo côro e orquestra vão actuar ao vivo em Payva d’Ouro, interpretando músicas do Cancioneiro Popular da região.

Para hoje, dia 15, às 18 horas, realiza-se uma conferência no CICL subordinada ao tema “ Os Rios do futuro “, e à noite na Zona de Lazer de S. Martinho, regista-se uma apresentação da Escola de Rock de Paredes de Coura, sendo que para amanhã,dia 16, o programa contempla à noite “ A vez à Dança “ no Auditório Municipal com a presença do Conservatório de Dança do Vale do Sousa e Academia de Dança de Castelo de Paiva.

Para o dia 17, às 18h00 no CICL, será apresentado o livro “ Do castelo da ilha à Ilha do Castelo “, de António Lima, e mais tarde, às 21h30 no Castelo, em Fornos, haverá um Concerto com Polén e Orquestra Ligeira da AMCP, com o dia 18 a ser preenchido com um espectáculo de Stand-Up Comedy com Joel Santos, às 21h30 no Auditoria Municipal, enquanto no Largo do Conde se apresentam os “ Combos da Escola Estúdio do Pejão, às 23h30 no Largo do Conde.

Para além do grande espectáculo “Payva D’Ouro”, o dia 19 contempla ainda, às 23h30, uma sessão “ Tempo ao Jazz “, no centro da vila, enquanto o ultimo dia daBienal da Cultura, começa no Choupal, em Pedorido, às 15 horas, com uma apresentação do Núcleo de Experiencias Turisticas das Minas do Pejão, com a participação da Banda Juvenil dos Mineiros do Pejão, e uma peça de teatro “ Romeu e Julieta na Ilhas dos Amores “ às 18horas no espaço do Auditório Municipal,concluindo-se a programação na Zona de Lazer do Choupal, com dois concertos,Operar pela Ópera, pela Orquesta Sinfónica, e Supercombo do Pejão, espectáculos programados a partir das 21h30.

Porque a cultura tem um papel importante para a população, para a valorização do município, porque envolve arte, crenças, hábitos e costumes, porque potencia conhecimento à comunidade, evidencia momentos de lazer e prazer artístico, o presidente da Câmara Municipal, Gonçalo Rocha, espera um novo sucesso nesta edição, e manifestou o entusiasmo de se protagonizar um grande evento, uma bienal fantástica que marque a região e que ajude a projectar ainda mais território e a consolidar a atractividade.

Carlos Oliveira

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