A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) falhou a meta de produção de energia eléctrica no ano passado e culpa o ciclone Idai, que não atingiu a Província de Tete. Questionada pelo @Verdade sobre o seu Balanço Energético e a reabilitação do 5º grupo gerador a empresa agora cotada na Bolsa de Valores de Moçambique optou pela falta de transparência.
Através de um comunicado de imprensa a HCB anunciou esta semana que “logrou alcançar, no ano de 2019, uma produção total de 14.656 GWh. Apesar dos efeitos nefastos causados pelo ciclone Idai sobre as linhas de transporte de energia que condicionaram a meta de 14.809 GWh, esta cifra representa um crescimento gradual assinalável em 7,3 por cento se comparada com a produção de 2018, que foi de 13.659 GWh”.
“Para o ano de 2020, de acordo com os índices de armazenamento e as tendências de afluência de água na albufeira de Cahora Bassa, conjugada com as previsões meteorológicas sobre a bacia do Zambeze e a disponibilidade dos equipamentos de geração, conversão e transporte de energia, a meta de produção está fixada em 14.938 GWh”, perspectiva a empresa ainda longe da sua produção normal que situa-se acima dos 16 mil Gigawatts hora (GWh), fasquia que não é atingida desde 2015 altura em que a Bacia do Zambeze começou a sentir os efeitos da seca hidrológica que assola parte da África Austral.
O @Verdade questionou à Hidroeléctrica qual o Balanço Energético do ano passado no entanto a empresa respondeu que ainda está “a preparar o relatório e contas de 2019 com dados consolidados sobre a sua operação”.
Esta falta de transparência e o uso do ciclone que não chegou a atingir a Província de Tete como argumentos levantam dúvidas sobre os verdadeiros motivos da produção muito abaixo do normal num ano em que a situação de seca hidrológica que afectou a barragem desde a época 2015 – 2016 deixou de ser uma preocupação.
É que embora não tenha sido atingido pelo ciclone Idai a HCB sentiu o impacto da inundação que aconteceu semanas antes no rio Revúbue, um afluente da Bacia do Zambeze.
Contudo a empresa dirigida por Pedro Couto não esclareceu ao @Verdade que percentagem do Nível Pleno de Armazenamento foi atingido em 2019 nem se foi possível durante o ano passado realizar os necessários testes de hidrostática.
A HCB também não quis esclarecer qual o estágio da reabilitação do quinto grupo gerador, que desde 2018 não tem funcionado a 100 por cento.
Pelo menos até 2029 cerca de 72 por cento de toda energia produzida pela HCB é vendida à Electricity Supply Commission of South Africa (ESKOM). Apenas 21 por cento da energia é vendida à Electricidade de Moçambique, que paga três vezes mais caro do que ESKOM, e 7 por cento da potencia firme é comercializada à Zimbabwe Electricity Supply Authority (ZESA).
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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