domingo, 5 de janeiro de 2020

Porque hoje é … Domingo | Imagens mais importantes do que o texto

«Se a velha sociedade fosse um corpo inteligente já devia ter caído por si em homenagem à razão, não é inteligente; é de pedra. Só cairá quando a deitarem abaixo a tiros de artilharia» escreveu João Chagas.
Aos domingos gosto de sair com a máquina fotográfica, despreocupadamente, e registar algumas imagens que na minha opinião são dignas de as dar a conhecer aos leitores do Litoral Centro neste Espaço «Porque hoje é... Domingo».
Encontramos muitas frases escritas pelas paredes dos prédios, também em muros, em viadutos, túneis, enfim, em diversos locais da cidade, sendo que algumas nos chamam a atenção, e convém pensar no que cada uma nos transmite.
Esta em particular, coloca-nos perante uma séria interrogação. O que é que cada um de nós sente? Como avaliamos a cidade de Aveiro, onde supostamente vivemos? Quem sai de casa com o propósito de observar as ruas? As suas habitações? Seu estado de conservação? Os prédios em estado de degradação? As ruas com buracos? Os passeios desnivelados sem condições para as pessoas idosas e as que se deslocam em cadeiras de rodas? Não esquecendo as passadeiras para os peões...

Na imagem temos o Estabelecimento Prisional de Aveiro, localizado na  rua Calouste Gulbenkian, 118, junto à antiga Moagem Germen, hoje Centro da Ciência Viva.
Ao passar por este local, perto das 8 horas, já se encontravam alguns familiares dos reclusos a aguardar à porta para os visitar. O que é que senti? Senti-me invadido por um sentimento estranho, confuso, porque afinal, na cadeia e no hospital todos temos uma cama para ocupar quando menos esperamos.

Características do estabelecimento prisional:
Em 1999, foi objecto de total remodelação e ampliação.  O Estabelecimento é composto por uma ala prisional principal, onde se encontra a maioria das celas e camaratas, bem como uma camarata para os reclusos em sistema de regime aberto. Em resultado das obras de remodelação foram criados, em zonas separadas, quer um sector feminino quer um sector disciplinar. Dispõe ainda de três zonas de recreio e de lavandaria e cozinha com refeitório.
Para o Ensino, existem duas salas dotadas com equipamento próprio. A área de formação profissional dispõe de duas salas, sendo uma destinada à Cerâmica, com longa tradição no Estabelecimento, outra com função multiusos e informática. 
O cadeia destina-se essencialmente a reclusos preventivos à ordem dos Tribunais das Comarcas de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Oliveira do Bairro, Ovar, Mealhada, Mira, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.

Características
Classificação de segurança: Alta
Classificação de grau de complexidade: Médio

Este marco do correio, localizado junto ao estabelecimento prisional de Aveiro, resistiu às obras de melhoramento que por ali decorreram. Simboliza uma marca que fez histórica em Portugal, não só no caso dos CTT mas também os antigos CTT/TLPs.


Aqui temos o esqueleto das antigas piscinas do Sport Clube Beira-Mar, construídas com fundos públicos, com o propósito de servir não só os seus associados, como ainda a comunidade aveirense. A responsabilidade pela situação que chegou, vai continuar solteira, nem sequer se prevê que chegue a viúva. Por onde anda a vergonha? O que é que cada um de nós sente? Eu sinto vergonha.

Resultados da procura

Resultados da Web

Junto às Bombas do Posto Repsol (Aveiro) - Av Universidade no sentido Oiã » Ílhavo no lado direito, encontramos a boca de incêndio que vemos na imagem. A que questão que se coloca é esta: está a funcionar ou serve apenas para decoração? Alguma vez foi testada? Aqui fica o alerta.
No Parque Infante D. Pedro, nas traseiras do Centro Hospitalar de Aveiro encontramos uma fonte com água corrente, não se sabe, se é de nascente ou da companhia, embora lá tenha um aviso de que se trata de água imprópria para beber. Enfim...
Termino com a imagem desta belíssima ave: Melro-preto que de acordo com os cientistas está em fase de extinção. O homem passou a ser inimigo da natureza, consequentemente de si próprio.
«O facto é este: só receiam a imprensa os poderes impopulares. O seu erro consiste em imaginarem que deixam de o ser pelo facto de a perseguir» escreveu João Chagas.
A propósito desta frase, no ano transacto quando me encontrava junto à entrada principal das antigas piscinas do Sport Clube Beira-Mar, e preparava  a máquina fotográfica para o registo de algumas imagens, fui abordado por um miúdo que saiu de um jipe que acabava de estacionar, dizendo-me: «ai de ti se fazes fotografias às piscinas, elas são minhas, nem sabes o que te acontece».
Não me assustei, mas, fiquei perplexo quando vi uma senhora dentro da viatura. Certamente, era a mãe do miúdo. Este é o País mesquinho onde vivemos, até um miúdo se apresenta como dono disto tudo.
Que miséria moral.

Joaquim Carlos
Director









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