O candidato único, André Ventura, foi reeleito presidente do Chega com 99,1% e considerou que começa agora "uma nova fase" do partido, tendo 56% dos votantes dito não à pena de morte para crimes muito graves.
Os resultados das eleições internas de hoje (ontem) - nas quais votaram 40% dos militantes do universo de cerca de 11 mil que estavam habilitados -- foram anunciados na sede do partido, em Lisboa, pelo presidente da Mesa da Convenção, Luís Graça.
Depois de em início de abril o deputado André Ventura se ter demitido da liderança do partido, nas eleições de hoje foi o único a apresentar-se a votos e foi reeleito com 99,1%.
No ato eleitoral de hoje o Chega promoveu ainda uma consulta interna sobre a pena de morte para crimes muito graves, tendo 56% dos militantes votado no não e os restantes 44% no sim.
"Quero agradecer a prova de confiança com uma votação tão expressiva como aquela que se verificou. Não é todos os dias que um líder de um partido com assento do parlamento, com um ano de desgaste parlamentar, com várias lutas internas e externas consegue uma percentagem acima de 99% para a reeleição", disse, aos jornalistas, André Ventura após o anúncio dos resultados.
Para o presidente do Chega agora reeleito, a partir de hoje deve-se "olhar para uma nova fase do partido como um partido unido e um partido que vai conseguir travar batalhas fundamentais para o seu futuro".
"A partir de hoje começa uma nova fase no Chega. Um partido, um líder e um destino. E esse destino é o Governo de Portugal. Nós hoje começamos a fazer esse caminho", disse, reiterando o objetivo eleitoral de ser a terceira força política nas próximas eleições legislativas.
Sobre o referendo, Ventura elogiou o debate que o partido fez também nesta matéria, "num dos temas mais fraturantes" que já houve em Portugal.
"O Chega foi o primeiro partido a referendar este tema em democracia e mostramos que somos mais democratas do que os outros partidos. O resultado que os militantes hoje decidiram deixa-me a mim particularmente satisfeito também", admitiu.
A pergunta à qual os militantes responderam foi se concordavam com "a aplicação da pena de morte em casos de terrorismo, homicídio qualificado, abuso sexual de menores ou violação, quando decorram em contexto de especial perversidade ou censurabilidade, a definir em lei especial".
"Eu, pela minha formação e fé cristã, sou contra", já afirmou Ventura, que defende a prisão perpétua.
André Ventura demitiu-se da liderança do partido no início de abril, após ser alvo de críticas internas pela sua abstenção na votação pela renovação do estado de emergência decretado devido à pandemia de covid-19.
Na altura, o deputado único do Chega alegou estar "farto" e "cansado" dos que "sistematicamente boicotam" a direção do partido.
André Ventura foi eleito pela primeira vez presidente do Chega na I Convenção Nacional do partido, em 30 de junho de 2019, no auditório do Instituto Português de Meteorologia e Atmosfera, em Algés, Lisboa.
Fonte e Foto: Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário