- Plinio Corrêa de Oliveira
Afisionomia de Santa Teresinha é extremamente plácida. Não se percebe contração em sua face, mas não é uma fisionomia embonecada, de uma pessoa que tenha o hábito de ser muito agradada. É a fisionomia de uma pessoa solitária, como uma carmelita deve ser. As carmelitas não vivem de agradinhos e quindins de umas com as outras. Tratam-se bem, mas sem carinhos excessivos.
Ela parece contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo, que se aproxima para o sacrifício último que ela fará — a aceitação da morte, com a resolução deliberada de chegar até o fim da caminhada. Tão tranquila, que parece ocultar a dor; mas não consegue ocultar o fogo de sua alma, que transparece.
Há muita distinção no rosto da santa carmelita e no conjunto de seu corpo. Um rosto plácido, tranquilo e sereno. Chamam a atenção seus lábios finos e retos. Não são lábios bonitinhos, à maneira de uma boneca, mas um pouco voltados para dentro. Indicam seu senso muito exato de análise e crítica, mas com uma reserva muito grande. São lábios impassíveis, não dizem aquilo que os olhos vêem e interiormente comentam.
Uma chama de alma crepita. E na impassibilidade grandiosa da vida carmelita, ela pensa, deseja, contempla. Seu olhar insondável revela vitalidade enorme e nobreza. Olhos chamejantes, que revelam pureza completa num rosto impassível. É um dos mais belos olhares que tenho visto em minha vida.
ABIM
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 21 de maio de 1983. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Nº 838, Outubro/2020.
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