domingo, 21 de março de 2021

Terço público em Montes Claros

 

  • Frederico Hosanan Sitônio de Freitas

Um vírus da China espalhou-se mundo afora e vem sendo a matéria-prima para a disseminação do medo nas sociedades. Assim como um maestro rege uma orquestra, uma mão invisível rege uma sinfonia de terror em todos os lugares, das grandes metrópoles às pequenas cidades, impondo ditatorialmente pelo poder civil uma ladainha de restrições às liberdades individuais. Entre essas, o sagrado direito de culto a Deus no interior das igrejas.

Infelizmente a hierarquia eclesiástica, submissa ao poder civil, fechou as igrejas, impedindo os fiéis católicos de buscarem alívio para suas almas no recinto sagrado.

       Em razão disso, um jovem católico de Montes Claros (MG) propôs ao seu círculo de amigos a recitação de um Terço em praça pública, na intenção de obter do arcebispo a reabertura das igrejas.

O evento realizou-se na tarde de domingo passado, dia 14 de março, que estava especialmente bonito. Amanheceu com uma luminosidade jovial, envolta num ar de leveza, sob um céu azul diáfano e encantador, que fazia jus ao nome da cidade.

O convite foi feito através das redes sociais, e o evento marcado para as 17 horas. Aos poucos, grupos de pessoas foram chegando de diversos bairros. Logo no início apareceram dois policiais, que perguntaram, educadamente (eles perceberam o recato das pessoas) do que se tratava, hajam vistas as restrições proibindo reuniões e aglomerações. Informados de que seria um ato de caráter religioso, respeitando todas as normas de distanciamento e uso de máscaras, um dos militares consultou pelo rádio seu comandante, e a resposta foi que não tinha problema, que podiam rezar o Terço.

       Uma linda imagem de Nossa Senhora de Fátima fora levada para presidir o evento, e num ambiente cheio de fé, calmo e sereno, os presentes rezaram ajoelhados a seus pés os mistérios gloriosos do Santo Rosário.

       As orações terminaram no horário da Missa das 18 horas. Antes de se dispersarem, os participantes conversaram um pouco na praça, e depois alguns deles foram até o átrio da catedral, que é cercada por grades de ferro. O portão que dá acesso à grande porta de entrada estava fechado com cadeado, impedindo o ingresso dos fiéis. Estes, contudo, podiam divisar no seu interior todo iluminado, o Senhor Arcebispo celebrando sozinho a Missa [foto ao lado e abaixo].

“Foi muito bom rezar o Santo terço juntos e em público. Precisamos fazer isso mais vezes, se Deus nos permitir. Que Nosso Senhor ouça nossas preces e nos dê bons sacerdotes. E que Nossa Senhora de Fátima, livre o Brasil do comunismo” exclamou um dos presentes.

       “Poderia ser feito todo primeiro sábado do mês, ou de 15 em 15 dias. Ou todo sábado. Estarei sempre lá”, manifestou outro.

       “Não importa a quantidade, o que importa é a qualidade e a intenção”, externou outro a sua fé.

       “Salve Maria! Viva Cristo Rei!” — assim foi a despedida.

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