“Realizaram dádiva pela primeira vez, até ao final de julho 16 982 dadores, mais 63,2% do que no período homólogo de 2020”, aponta o Instituto Português do Sangue e da Transplantação ao Jornal Económico.
A pandemia vitimou milhares de pessoas em Portugal, cancelou eventos, fechou as portas a lojas e restaurantes e também afetou negativamente as doações de sangue. No entanto, este ano está ser marcado por um aumento de doações comparativamente a 2020.
Segundo dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação enviados ao Jornal Económico (JE), entre janeiro e o final de julho de 2021, verificou-se um aumento de 13,2% de dadores e 12,3% no total de dádivas, em termos homólogos, num total de 107.710 colheitas de sangue e componentes sanguíneos.
“Realizaram dádiva pela primeira vez, até ao final de julho 16 982 dadores, mais 63,2% do que no período homólogo de 2020”, acrescenta o IPTS.
No ano passado, em julho, o “Jornal de Notícias” noticiava que tinham existido 22 mil dádivas a menos do que em 2019, citando dados do IPST. Por sua vez, a Federação de Dadores Benévolos de Sangue apontou ao JE que em 2020 existiram menos 22.353 dádivas de sangue do que em 2019. No ano antecedente à Covid-19 a Federação registou 310.311 dádivas e no ano seguinte obteve 287.958.
Relativamente à situação atual das doações, o IPST sublinha que têm “reservas de sangue e componentes sanguíneos características do período de verão. Face à retoma da atividade programada dos Hospitais e as férias de verão, o IPST está atento ao evoluir da situação, especialmente no que se refere aos grupos sanguíneos negativos, nomeadamente A e 0 negativo”.
Países europeus não acompanham Portugal nas dádivas de sangue
Apesar de Portugal ter conseguido obter mais doações de sangue em 2021 do que em 2020, o mesmo não aconteceu nos restantes países europeus. A agência francesa de fornecimento de sangue, Etablissement Francais du Sang (EFS), disse que tem 85 mil bolsas de glóbulos vermelhos em reserva, um número abaixo do considerado ideal (100 mil ou mais), avançou a “Reuters” a 20 de agosto.
Na Itália, o Centro Nacional de Sangue confessou que tinha escassez de dádivas em várias regiões, incluindo Lazio, o que levou a que alguns hospitais a adiassem as operações planeadas para conservar reservas de sangue para emergências. Já o ministério da Saúde da Espanha apelou para que as pessoas fizessem doações na semana passada, garantido que é seguro doar sangue durante a pandemia.
Na Grécia, “as pessoas têm medo de doar sangue para hospitais devido à Covid-19”, explicou Konstantinos Stamoulis, diretor científico do Hellenic National Blood Center, em Atenas. “Há dias em que há redução de até 50% nas doações de sangue em relação a 2019”, admitiu.
O mesmo tem acontecido nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, o fornecimento de sangue doado, já afetado pela pandemia, ficou ainda mais restrito na primavera, à medida que os hospitais aumentaram as cirurgias que estavam suspensas.
Fonte:https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/pandemia-tirou-22-mil-dadivas-de-sangue-mas-doacoes-voltam-a-aumentar-este-ano-776525
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