Criticado pelas suas relações com a Rússia nos últimos anos, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse hoje que pretendia viajar para a Ucrânia com outros chefes de Estado, mas que Kiev se negou a recebê-lo.
A viagem prevista incluía os presidentes da Polónia e dos Estados bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia.
"Estava preparado, mas, aparentemente, e assumo a responsabilidade por isso, não era o que Kiev desejava", afirmou Steinmeier durante uma viagem a Varsóvia, capital da Polónia.
Esta visita tinha como objetivo "enviar uma forte mensagem de solidariedade comum europeia para com a Ucrânia", lamentou.
O jornal Bild foi o primeiro a trazer esse plano fracassado à tona, citando um diplomata ucraniano que atacou duramente o presidente social-democrata (SPD): "Toda a gente aqui sabe das relações estreitas de Steinmeier com a Rússia (...) Ele não é bem-vindo em Kiev, por enquanto. Vamos ver se isso muda".
Duas vezes ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Angela Merkel, Steinmeier foi fortemente criticado nas últimas semanas pela sua suposta falta de firmeza em relação à Rússia. As mesmas acusações também pesam sobre a ex-chanceler conservadora.
No início de abril, inclusive, reconheceu ter cometido um "erro", ao apoiar a construção do gasoduto entre Rússia e Alemanha, o Nord Stream 2. Suspenso em fevereiro passado por Berlim, teria dobrado a capacidade de fornecimento de gás russo para o país.
O atual chanceler, Olaf Scholz, também está sob pressão dos seus aliados de coligação, os Verdes, que pedem um maior compromisso para com a Ucrânia, sobretudo, com o envio de armas pesadas.
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