O ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês pediu hoje aos franceses para que travem na segunda volta das presidenciais francesas a líder de extrema-direita, Marine Le Pen, cuja ascensão à Presidência do país levaria a "uma reviravolta na Europa".
“Espero que o resultado [das eleições] seja tal que não tenhamos Le Pen na União Europeia (UE) como Presidente francesa”, afirmou Jean Asselborn ao chegar a uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 do bloco comunitário, a decorrer hoje no Luxemburgo.
E frisou: “Não seria apenas uma reviravolta na Europa, como um projeto de valores, um projeto de paz, mas colocaria totalmente a própria essência da UE noutro caminho. Os franceses devem impedi-lo”.
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, é um apoiante declarado do Presidente francês cessante, Emmanuel Macron.
Julgando “muito, muito preocupante” o resultado da extrema-direita na primeira volta das presidenciais francesas, realizada no domingo, Jean Asselborn estimou que a França está “numa espécie de guerra civil política”.
“Como europeia de coração, é importante para mim que permaneçamos unidos e fortes como europeus, especialmente nestes tempos difíceis”, vincou, por sua vez, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, sem mais detalhes, igualmente antes da reunião com os homólogos europeus.
O Presidente francês cessante, Emmanuel Macron, obteve 27,42% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais em França, segundo o Ministério do Interior e quando estavam contados 89% dos sufrágios.
Os resultados provisórios, divulgados na Internet pelo referido ministério, indicam que a candidata da União Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen, conseguiu 24,6 % dos votos e que o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon obteve 20,8%.
A abstenção situa-se nos 27%.
Macron e Le Pen disputarão a segunda volta a 24 de abril e o Presidente francês poderá ser reeleito, segundo sondagens realizadas após a primeira volta.
Macron conta com entre 54% e 51% das intenções de voto contra 46%-49% para Le Pen, o que significa que a disputa seria muito mais renhida do que há cinco anos, quando o Presidente ganhou com 66,1% dos votos e a candidata da União Nacional obteve 33,9%.
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