Artem Severiukhin corre no Europeu de Karting sob bandeira italiana. Federação Internacional do Automóvel abre investigação à "conduta inaceitável" do jovem piloto russo. A equipa Ward já rescindiu contrato com Severiukhin. Federação russa diz que o piloto estava apenas a agradecer à sua família.
O piloto russo de karting, de 15 anos, Artem Severiukhin celebrou a vitória na primeira corrida do Europeu de Karting, em Portimão, com uma saudação nazi. Decorria a cerimónia do pódio e enquanto tocava o hino italiano, Severiukhin fez a saudação romana - proibida desde 1952 em Itália -, seguida de um riso descontrolado.
O piloto compete no escalão 11-15 anos do Europeu de Karting com licença italiana, uma vez que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impediu os pilotos russos de correrem com a bandeira do seu país, na sequência da invasão da Ucrânia, por parte das forças militares russas.
A FIA abriu uma investigação ao que define como "conduta inaceitável" de Artem Severiukhin e compromete-se a comunicar brevemente os próximos passos que tomará neste caso.
A Ward Racing, equipa sueca pela qual o piloto corria, demarcou-se do comportamento do piloto, condenou-o e anunciou a rescisão de contrato com Severiukhin.
"A Ward Racing condena as ações pessoais do piloto Artem Severyukhin durante a cerimónia de premiação a 10 de abril de 2022 nos termos mais fortes possíveis, uma vez que as considera uma manifestação de comportamento antidesportivo, uma violação inaceitável do codex ético e desportivo moral. Com esta declaração, a Ward Racing expressa a sua opinião, bem como a opinião de todos os atletas e funcionários da equipa Ward Racing. Com base nestas considerações, a Ward Racing não vê qualquer possibilidade de cooperação contínua com Artem Severyukhin e irá prosseguir com a rescisão do seu contrato de corrida", comunicou a equipa, nas redes sociais.
A Ward manifestou, ainda, total alinhamento com as sanções impostas à Rússia e "expressa a sua solidariedade para com as pessoas que sofrem por causa deste ataque não provocado e horrível". "Como cidadãos suecos, estamos ainda orgulhosos do nosso país que tomou a decisão histórica de enviar armas para a Ucrânia para a luta contra o exército russo", acrescenta.
Um porta-voz da Federação Automóvel da Rússia, citado pela imprensa internacional, falou em nome de Artem Severyukhin e esclareceu que o jovem piloto quis "apenas agradecer aos seus familiares russos". "Alguém viu no meu comportamento um gesto inapropriado, mas não foi. Foi apenas um agradecimento. Sou russo, sou da Rússia e sou pelo meu país", terá justificado Severyukhin.
RR
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