A democracia tem um custo. Todos sabemos. Os partidos são financiados conforme os resultados eleitorais. O estado financia e limita as contribuições de privados. É que, não há almoços grátis…
Em que despesas podem os partidos usar o financiamento que recebem do estado? Está a ser muito contestada e com condenação unânime pelos partidos e políticos que se manifestaram, a decisão de Magistrados do Ministério Público que na passada semana fizeram rusgas a um partido e a casa de funcionários e ex-presidente. Concluíram os ditos Magistrados que pode ser crime a forma como cada partido gasta o seu dinheiro.
Também está a ser muito contestada e condenada a transmissão em direto das buscas para apreender provas dos supostos crimes. Esta prática tem raízes e a Magistratura já nos habituou a estes (infelizes) espetáculos. Vai-se lá saber como, os holofotes estão lá. O que devia ser feito discretamente, nomeadamente para zelar pelo ‘segredo de justiça’, é um ‘big brother’ para todos verem.
Contudo, acho preferível estes (lamentáveis…) excessos de zelo da justiça do que a falta dela. Mas, era muito preferível que não existissem.
O combate à corrupção deve ser permanente e sem tréguas. Em defesa das instituições democráticas e da própria democracia. Não obstante, esse combate tem que ser feito sem contribuir para o agravamento da (já de si, pouca…) confiança que os cidadãos têm nas instituições. Das quais a Justiça é pilar fundamental.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa
Destaque:
“Acho preferível estes (lamentáveis…) excessos de zelo da justiça do que a falta dela. Mas, era muito preferível que não existissem.”
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