“Gestão de Resíduos: Desafios, Soluções e Experiências” foi o tema do XIV Encontro Nacional de Gestão de Resíduos, organizado pela APEMETA – Associação Portuguesa de Empresas e Tecnologias Ambientais, em parceria com a ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos e com a Universidade Lusófona.
O
vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede e administrador da
INOVA-EM, Pedro Cardoso, participou na sessão que decorreu no
auditório da Universidade Lusófona, em Lisboa, tendo apresentado o
projeto de gestão de biorresíduos em Cantanhede.
Na ocasião, o
presidente do Conselho de Administração da empresa municipal
apresentou o processo de implementação da operação “Cantanhede
Recicla – Recolha Seletiva de Biorresíduos” e a campanha
“Valorizar Sempre até à última… casca, espinha, folha,
migalha…”, enunciando os ganhos, constrangimentos, dificuldades e
as perspetivas e preocupações futuras.
“Apesar do
caminho trilhado ser bastante positivo, estamos ainda muito longe das
metas que ambicionamos e desejamos alcançar, e por isso já estamos
a preparar novas estratégias. Ainda assim, não deixa de ser
relevante que no universo dos 36 municípios da área de intervenção
da ERSUC [empresa pública supramunicipal que gere a recolha,
tratamento e valorização dos resíduos sólidos na região Centro],
o Município de Cantanhede esteja a contribuir com cerca de 30% dos
biorresíduos rececionados pela entidade gestora em Alta”,
referiu.
O testemunho
desta experiência positiva não apaga ou minimiza as grandes
preocupações sobre os biorresíduos em termos futuros. “As
metas definidas pela Agência Portuguesa do Ambiente nesta matéria
são demasiado ambiciosas e praticamente inatingíveis. Só com um
grande esforço e elevados investimentos financeiros se conseguirá
atingir taxas de recolha satisfatórias. Neste momento um dos grandes
problemas é a questão da sustentabilidade financeira”,
complementou Pedro Cardoso, para quem é necessária “uma
mudança urgente do modelo de governança, da legislação e uma
melhor articulação entre o sistema em alta e baixa”.
“Não
podem ser apenas os munícipes, com as taxas que pagam, e os
municípios/empresas municipais a suportar os custos, enquanto os
lucros ficam para o sistema em alta e os agentes económicos”,
criticou.
O encontro, que
contou na sessão de abertura com a presença do secretário de
Estado do Ambiente, Emídio Sousa, dividiu-se em quatro painéis:
Painel I – Uma Visão sobre o Setor; Painel II - As Entidades
Gestoras e o Desafio das Embalagens não declaradas; Tecnologias &
Serviços para o Setor dos Resíduos – Pitch Tour pelos Stands;
Painel III - O Estado da arte da Recolha de Biorresíduos –
testemunhos e experiências; Painel IV - Oportunidades de
Financiamento do Setor - que possibilidades existem face às
necessidades de investimento?
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