O Departamento de
Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a Sociedade
Broteriana (SB) e o Jardim Botânico (JBUC), vai inaugurar, no
próximo dia 17 de junho, a exposição “As plantas na obra poética
de Luís Vaz de Camões”, patente até 31 de julho.
O programa,
integrado nas Comemorações do V Centenário do nascimento de Luís
Vaz de Camões, inclui um sprint botânico sobre “Plantas
Camonianas”, liderado por João Farminhão (JBUC), a partir das
13h15, bem como a inauguração da exposição “As plantas na obra
poética de Luís Vaz de Camões”, pelas 16h30, no 2.º piso do
edifício de S. Bento, e ainda, pelas 17h, Jorge Paiva e Rita Marnoto
vão apresentar a palestra “Especiarias, aloés e outras plantas em
Camões”, no Auditório do DCV. Todas as atividades são de entrada
livre, mas o sprint botânico requer inscrição aqui.
De acordo com
Jorge Paiva, professor aposentado do DCV/FCTUC, «na
época camoniana, as plantas mais conhecidas e citadas na literatura
não eram as plantas comestíveis ou ornamentais, mas sim as plantas
medicinais».
“Os Lusíadas” foram escritos, quase na totalidade, no Oriente e
centram-se nos Descobrimentos, logo, as plantas asiáticas,
particularmente as medicinais e as especiarias, surgem em maior
destaque. A Lírica, maioritariamente escrita em Portugal e centrada
no amor e na paixão, refere plantas europeias, particularmente as
suas flores.
Como Camões
viveu a sua grande paixão durante os 13 anos que esteve em Coimbra
(1531- 1544), de onde partiu aos 20 anos, a maioria das plantas
referidas na Lírica são plantas dos campos do Mondego, que refere
também, saudosamente, n’ Os Lusíadas, no episódio de “Inês de
Castro” (Canto III, 118-135) e no episódio da “Ilha dos Amores”
(Canto IX, 18 – X, 95).
«Não
é fácil determinar com exatidão todas as plantas citadas por
Camões na sua obra (Épica e Lírica), pois a maioria das vezes
refere-as de forma poética e utilizando, como o próprio afirma,
derivações com extraordinários malabarismos linguísticos»,
acrescenta Jorge Paiva.
A partir de
aguarelas de Ursula Beau (1906-1984) pertencentes à Sociedade
Broteriana, Ana Margarida Dias da Silva, investigadora do Centro de
História da Sociedade e da Cultura (CHSC) e do DCV, Maria Teresa
Gonçalves, investigadora do Centre for Functional Ecology (CFE), DCV
e SB e Jorge Paiva selecionaram «diversas
plantas
relacionadas com as mencionadas n’ Os Lusíadas e na Lírica,
associando o trecho poético onde a planta é glosada, complementados
com a indicação do nome científico, do nome vulgar e do nome
utilizado pelo poeta. Será ainda exposto um conjunto de especiarias
referidas por Camões»,
conclui Ana Margarida Dias da Silva.
*Sara
Machado
Assessora
de Imprensa
Universidade
de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário