A liberalização das
drogas é um assunto polémico e muito controverso, uma vez que nem mesmo os
maiores especialistas no assunto se entendem acerca dos benefícios e prejuízos
para a sociedade. No entanto, é uma questão que deve ser tratada a fundo, já
que em muitos centros urbanos o crime organizado se enraizou no quotidiano das
pessoas a tal ponto que se tornou um poder paralelo -- dir-se-ia um terceiro
estado --, tamanha a sua capacidade de organização e gerenciamento da vida na
área onde actua. O Estado de facto parece ausente. E de onde vem o dinheiro para
manter todo esse poder? Muito simples: do tráfico de drogas. E se o estado, o
responsável para manter a ordem e fazer obedecer as leis, não tem força para enfrentar
o crime organizado então só lhe resta enfraquecê-lo, tirando-lhe a fonte de
renda, aquilo que o financia, ou seja: o contrabando e o tráfico de drogas.
Como o estado também não consegue coibir nem o tráfico nem combater o consumo,
então só lhe resta liberar o uso. Ao mesmo tempo, através de pesados impostos
sobre a produção e a venda de entorpecentes, usar os recursos obtidos com a
venda dos mesmos no tratamento dos dependentes.
Até porque arcar com o custo de
tratar os viciados o governo já faz. Portanto as despesas não se tornariam tão
maiores do que já são. E com uma diferença: com uma receita e com recursos para
investir na recuperação de viciados como faz com o álcool.
Por outro lado, o
crime organizado perderia força e poder, o que levaria consequentemente à
diminuição de gastos do Estado com a compra de equipamentos para combater esse
tipo de criminoso. Dinheiro esse que poderia ser investido em educação por
exemplo. Aliás, não por acaso o México e até mesmo a Califórnia entre outros
estudam a liberação total ou parcial das drogas por se sentirem incapazes de
combater o crime organizado.
Edmar Guedes Corrêa
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