A velhice é um artista impiedoso com a
beleza física. Esculpe marcas que, com o passar dos anos, tornam-se mais
indeléveis, mais acentuadas e visíveis. A obra de arte do criador aos poucos
vai sendo modificada pelas mãos da velhice, dando um tom mais ameno, sério e de
traços inconfundíveis. Mas se por outro lado porém a velhice esconde os traços
da beleza, por outro vai podando na alma os excessos e a rustiquez das ideias,
fazendo com que o conhecimento e a experiência aflorem como traços eternos,
capazes de fazer passo a passo, lentamente, a humanidade caminhar em direcção a
um mundo melhor. Por isso a velhice não é o estado terminal da existência como
muitos podem pensar, mas sim o momento em que as ideias – concisas – atingem o
ponto mais alto do saber...
Edmar Guedes Corrêa
Nenhum comentário:
Postar um comentário