O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, prometeu que o actual Governo tudo fará para combater a taxa de desemprego.
“Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico(OCDE) OCDE com um maior nível de desigualdade de rendimentos. No centro dessa desigualdade está a desigualdade de salários que contribuiu para que exista uma parcela significativa de trabalhadores pobres”, disse o ministro da tutela, em Paris.
Numa intervenção proferida no Fórum de Política sobre o Futuro do Trabalho, promovida pela OCDE, que ocorreu na quinta-feira e hoje em Paris, Vieira da Silva assinalou que é essencial que Portugal promova a igualdade de rendimentos e combata o desemprego.
Tal será feito através da aplicação de medidas que passam pela actualização do salário mínimo, o crédito fiscal para famílias de baixos rendimentos, o reforço das políticas e instrumentos de aprendizagem e qualificação ao longo da vida.
Num cenário global, e no âmbito da OCDE, o ministro assinalou que “as desigualdades de rendimentos atingiram um nível máximo na maioria dos países, considerando as últimas três décadas”.
Nos últimos 30 anos, “dois terços dos países da OCDE testemunharam um aumento das desigualdades de rendimentos nesse período, afetando sobretudo as mulheres, os jovens, os trabalhadores pouco qualificados, os migrantes e os trabalhadores precários”, referiu o governante.
Além de tratar-se de um problema que “afeta a coesão social”, a desigualdade prejudica igualmente “o desempenho económico, uma vez que desincentiva o investimento em capital humano”, considerou ainda o ministro, acrescentando que “a elevada desigualdade de rendimentos significa que a vantagem económica é mais provável ser herdada do que merecida, desencorajando assim o esforço individual”.
Ministros da OCDE defendem mercado de trabalho mais inclusivo
Vários ministros e representantes de 40 países, incluindo os da OCDE, comprometeram-se hoje a promover a inserção laboral dos grupos mais vulneráveis, em particular dos jovens, para tentar estancar a crise que persiste no mercado de trabalho.
De acordo com a declaração conjunta aprovada no final da reunião ministerial da promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os titulares da pasta do Trabalho insistiram que nos seus países deve “operar uma transição para uma estratégia de crescimento inclusivo”.
Tal significa que todos devem receber a formação e o apoio necessários para adquirir as competências que são necessárias para obter postos de trabalho “de qualidade e gratificantes” e “evitar assim a armadilha dos empregos medíocres e da inatividade”.
O secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, recordou que há hoje 40 milhões de desempregados nos 34 países que integram a Organização, o que representa mais oito milhões face ao início da crise financeira no final de 2007.
Falando em conferência de imprensa no final da reunião, Gurría assinalou que mais de um terço dos desempregados está sem trabalho há mais de um ano, e que na Europa este número representa metade do total [cerca de 20 milhões].
Um dos grupos mais atingidos pelo desemprego e pela precarização desde o início da crise foi o dos jovens entre os 15 e os 29 anos na OCDE, que não têm trabalho nem estudam. Do total dos desempregados, 27 milhões não estão à procura, de modo ativo, de uma inserção no mercado de trabalho.
Os ministros assinalaram igualmente que devem ser tomadas “medidas rápidas e seletivas para ajudar os grupos sub-representados e vulneráveis para que acedam a empregos gratificantes e de qualidade”.
Fonte: economico/lusa
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