sábado, 16 de janeiro de 2016

UNIVERSIDADE DE AVEIRO TRATA GRATUITAMENTE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS


 
La Versiera / Flickr
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A Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) está a tratar gratuitamente pessoas que sofrem de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), no âmbito de um programa de reabilitação respiratória, anunciou hoje a Universidade.
Desenvolvido por uma equipa de investigadores daquela escola, o programa de reabilitaçãorespiratória da doença, vulgarmente conhecida como bronquite crónica ou enfisema, permite melhorar em 20% a tolerância ao esforço, entre 50 a 60% a força muscular e em 30% quer a sintomatologia (como falta de ar, tosse, pieira ou fadiga), quer a qualidade de vida relacionada com a saúde.
“O principal objetivo é reabilitar as pessoas com DPOC e ajudá-las a ajustarem-se melhor aos impactos da doença”, explica Alda Marques, a investigadora responsável.
O programa de reabilitação respiratória da ESSUA é aberto à comunidade, de forma gratuita e realizado em grupo, com duas componentes principais: a fisioterapia respiratória e o apoio psicoeducativo.
d.r. Alda Marques / ResearchGate
Alda Marques, investigadora da Universidade de Aveiro
Alda Marques, investigadora da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro
A fisioterapia respiratória consiste em sessões de exercícios de controlo respiratório e de higiene brônquica e exercício físico.
“Cada sessão de fisioterapia é composta por aquecimento e exercícios de controlo respiratório, treino aeróbio e de força muscular, treino de equilíbrio e arrefecimento, incluindo também técnicas de relaxamento”, aponta a especialista em doenças respiratórias.
O apoio psicoeducativo tem como objetivo geral “capacitar as pessoas com estratégias instrumentais e emocionais de forma a facilitar um ajustamento funcional e saudável à DPOC”. “Temas como a informação acerca da doença, tratamento e evolução, gestão dos sintomas e controlo de exacerbações fazem parte desta componente”, esclarece Alda Marques.
As sessões de reabilitação têm sido ministradas até agora de forma gratuita, já que o projeto de investigação da ESSUA obteve financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A estrutura base do programa de reabilitação respiratória da ESSUA é semelhante à de outros programas, geralmente implementados a nível hospitalar, mas veio demonstrar que podem ser aplicados no seio da comunidade, com benefícios idênticos.
“Ao contrário dos programas em meio hospitalar, os familiares mais próximos são também convidados a participar na componente psicoeducativa. Isto permite a toda a família ajustar-se ao desafio que é conviver com uma doença crónica“, explica Alda Marques.
Outra diferença do programa que está a ser feito em Aveiro é que integra pacientes em fases iniciais, enquanto os programas de reabilitação respiratória já existentes, em regra são dirigidos a pessoas numa fase mais avançada da doença, que geralmente progride para manifestações extrapulmonares, como o descondicionamento físico, a fraqueza muscular e a perda de peso.
“A participação no programa da ESSUA permite às pessoas com DPOC aumentar a tolerância a pequenos esforços, como caminhar ou subir escadas, diminuir a sensação de falta de ar e o cansaço”.
Desta forma, garante Alda Marques, “sentir-se-ão melhor e mais capazes para realizar as suas atividades diárias”.
/Lusa

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