quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Como Costa reage ao chumbo da TSU (& as primeiras vítimas dos muros de Trump)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director do Público
 
Bom dia!
O Presidente do México jurou que não pagará o muro de TrumpNuma comunicação televisiva, Enrique Peña Nieto foi duro com Donald Trump - mas mantém, para já, a visita programada a Washington, onde é suposto encontrar-se com o novo Presidente americano. Porque a informação que vem da América é imensa e importante, já volto ao tema, pode ser?  
O Constitucional italiano abriu uma via para eleições. Os juízes declararam ontem inconstitucionais algumas disposições da lei eleitoral, sentença que deve provocar eleições antecipadas. Explica-nos o Jorge Almeida Fernandes que o ano será crítico na Europa: já não se votará apenas na Holanda, França e Alemanha e abre-se uma frente de batalha entre pró-europeus e populistas eurocépticos.
Morreu a actriz que levou a mulher moderna para a TV. Mary Tyler Moore foi uma das figuras centrais da televisão americana. O seu programa, que a RTP exibiu como As Solteironas, tornou-se numa das séries de comédia mais aclamadas pelas audiências e pela crítica. 
No futebol, estenderam uma passadeira vermelha ao Sp. Braga: uma vitória com muita ajuda pôs o clube na final da Taça da Liga. Enquanto decorria o jogo, Jorge Jesus queixava-se da "terceira equipa" e de alguns jogadores. E o Real Madrid era eliminado da Taça do Rei, aqui bem perto de Portugal.
Já no ténis, chegámos a uma final entre irmãs: Serena e Venus Williams vão decidir, entre si, quem ganha o Open da Austrália.

As notícias do dia

O plano B de Costa tem duas propostas: a anunciada redução do Pagamento Especial por Conta (chamemos-lhe PEC) e também mais verbas para Misericórdias e IPSS. Como conta a nossa manchete, do ponto de vista político a estratégia também está definida: pôr pressão sobre o PSD. E estão à porta novos desafios, como explicam a São José Almeida e a Liliana Valente (e como se pressentiu no debate de ontem). Na entrevista PÚBLICO/Renascença, a ministra da Presidência antecipa uma tensão crescente: "Do PSD já não me espanta nada", diz ela.
(Sobre o PEC, o Negócios tem também um dado relevante: ele só é determinante para 13% das empresas.)

Desafio diferente é o que se perspectiva no Novo Banco. Diz a revista Sábado de hoje que o Governo admite agora vender o banco a preço zero. Acrescentando Maria Manuel Leitão Marques, na mesma entrevista PÚBLICO/ Renascença, que o Governo não tem preconceitos com uma nacionalização (mesmo que do Santander venha um voto contra).
A propósito de preconceitos que acabam375 pessoas já mudaram de sexo no registo civil, desde que a lei mudou. Conta a nossa notícia que 100 dessas pessoas estão abaixo dos 25 anos, sendo que a idade mínima para o fazer provavelmente vai baixar para os 16 anos.
Ainda sobre preconceitosfoi ilibado o taxista que falou em violar meninas virgens, naquele recente protesto contra a Uber. Mas nos tribunais também se quebram preconceitos: os juízes vão deixar filmar as alegações nos recursos do Face Oculta.
Um salto rápido a outros jornais, para assinalar uma má notícia: 74% das vagas para médicos no Sul ficaram vazias (via DN); e uma boa nova: a empresa australiana que quer investir até 370 milhões numa fábrica de lítio (via Negócios). 
Voltando à banca, a Caixa vai virar a página. A equipa de Paulo Macedo já foi aprovada e entra em funções a 1 de Fevereiro.
Sobre o banco central, o BCE, recomendo-lhe a leitura deste texto do Sérgio Aníbal, onde ele explica como os interesses divergentes da Alemanha e Itália colocam um grande dilema a Draghi.
Dilema político, é o que tem Passos Coelho nas mãos. O novo problema está em Leiria - e já motivou uma carta do seu antigo chefe de gabinete, convidado a candidatar-se, mas entretanto largado pela direcção. Isto enquanto Assunção Cristas lança cartazes para vincar uma diferença. E o PCP lança um... "precariómetro".
E depois há este dilema diplomático: a Guiné Equatorial dá asilo a um ditador. E há membros da CPLP que aplaudem. A Bárbara Reis explica (o que é possível explicar, claro). E a propósito do inexplicável, seguimos para isto...

Trump: another brick in the wall

Agora é oficial: Trump abriu guerra à imigração, começando com um muro na fronteira (a Rita Siza explica o que é certo e incerto, com o contexto necessário para percebermos o que aí vem). Nos próximos dias teremos mais: limites ao acolhimento de refugiados e exilados - começando pelos vindos da Síria, de onde Trump recebeu uma carta de uma criança muito especial
Seis dias depois, já podemos falar das primeiras vítimas da política Trump, também no plano económico. E até de um novo líder do mundo, na conclusão da Reuters, que cita um líder chinês a dizer isto: "Se alguém disser que a China está a assumir a liderança do mundo, eu digo que não é a China que se está a chegar à frente, mas os que estavam no primeiro pelotão que se chegaram para trás, deixando o lugar à China".
Mas já há outra vítima certa: a ONU, a quem Trump ameaça cortar financiamentoE mais uma, chamada Declaração Universal dos Direitos Humanos: é que Trump já deu indicações à CIA para retomar práticas de tortura, depois de receber indicações de que estas são "eficazes".
Entretanto, na Casa Branca, o novo Presidente americano resume assim a sua vida na casa nova"São os telefones mais bonitos que usei na vida".
Hoje acontece

Só mais um minuto, porque...

30 anos depois volta às salas de cinema um filme enorme, dos melhores da década de 80. Nem de propósito, fala-nos de um muro em Berlim, que dois anos mais tarde seria derrubado. O Luís Miguel Oliveira voltou a "Asas do Desejo", de Wim Wenders, e conta-nos como "os deuses, e não só os anjos, estavam com Wenders quando ele se pôs a filmar esta Berlim".
Porque hoje é quinta-feira, há também estreias novas (se me perdoar a expressão). Uma é homenagem às mulheres e a uma tradição ancestral. A outra mostra-nos como o tempo não volta para trás.
O que voltou do passado foi isto (sob a forma de uma exposição): os projectos desenhados para Lisboa que nunca saíram do papel. E pergunta a Isabel Salema: e se Lisboa fosse assim?
Aproveite bem o dia, passe pelo PÚBLICO volta e meia, para se manter a par das últimas.
Até já!

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