And the winner is (not). A bronca nos Óscares & o Caso Offshore

David Dinis, Director

Começamos pela noite dos Óscares, que foi emocionante:

• “Isto não é uma brincadeira”: Moonlight tirou (literalmente) o Óscar a La La Land. Dito de outra forma: Warren Beatty enganou-se no anúncio do principal prémio da noite. Mas as reacções do realizador e do próprio apresentador foram maravilhosas. E é como diz o Luís Miguel Oliveira: "Isto acabou por ser o melhor final de uns Óscares de sempre." Aqui está o minuto a minuto, comentado pelo Luís e pelo Casco Câmara, onde encontrará os principais momentos.
• Na contagem final, quem ganhou foi mesmo La La Land. Pelo menos em número.
• Ainda da cerimónia dos Óscares, memorize um nome: Jimmy Kimmel não quis unir os EUA, mas divertiu-nos à grande (à custa de Trump).
• Claro que Trump foi o alvo, até no intervalo. O New York Times fez um anúncio à medida - e o Presidente respondeu.
• E ainda há isto: a passadeira vermelha, que brilhou em tons metalizados. 

Candidato a um Óscar da bola é o novo avançado do Porto. Soares fez o sexto golo em seis jogos que valeu uma dura vitória no Bessa (num jogo com três expulsões). Com menos sorte vai o Braga, que desperdiçou tudo no último minuto.

Em França, não se disputa o Óscar, mas o Eliseu. O homem de quem se fala é Macron: à frente nas sondagens, ontem testou os eleitores com promessas de cortes e reformas. Marine Le Pen, que parece a caminho da segunda volta, diz-se "vítima da justiça política".

E ainda temos uma surpresa: o “indestrutível” Nokia 3310 está mesmo de regresso. O anúncio foi feito este domingo em Barcelona. Se clicar no link já pode ver como vai ser.

As notícias de hoje 

De repente, todos querem publicar os dados das offshores. Depois da saída de cena de Paulo Núncio, o PSD juntou-se ao Bloco a propor que os dados passem obrigatoriamente a ser obrigatoriamente divulgados. O Banco de Portugal dá parecer favorável. Mas subitamente também o PSD está na mira, até de um seu anterior líder. A verdade é que a polémica está longe de encerrada. Aqui no PÚBLICO, o Pedro Crisóstomo já acrescentou este dado: parte da informação enviada pelos bancos desapareceu já dentro do fisco. E diz o Rui Tavares, com razão: "Isto está longe de estar esclarecido".

Outro tema, outras dúvidas: a história da complexa teia que liga a Altice ao seu fornecedor. Conta a Ana Brito, numa história de capa da nossa edição de hoje, que uma empresa que é acusada pela Nos e pela Vodafone de ser um “monopólio” da PT Portugal passou a ser detida por uma sociedade luxemburguesa gerida por um português com ligações à Altice e a Armando Pereira, ex-presidente da PT. A ler, aqui.

Da antiga PT, sobram suspeitas sobre Granadeiro. Diz o Correio da Manhã que o ex-gestor terá recebido 24 milhões através do saco azul do GES entre 2007 e 2011.

De Angola vem mais do mesmo. Uma magistrada incrimina o procurador com ligações a Manuel Vicente. E o Jornal de Angola dispara sobre Portugal. 

O Novo Banco recebeu uma proposta fora de tempo. Segundo o Negócios, ela pode valer quatro mil milhões - mas os detalhes sobre a proposta são escassos e o timing é irregular. De resto, o ainda presidente do AICEP fala como se a venda ao Lone Star já estivesse fechada. 

O PSD voltou a negociar com o Governo (dentro de tempo). Na lei sobre os sindicatos da polícia, o PSD exige um regime idêntico para sector público e privado, mas admite viabilizar a lei (que precisa do PSD para ser aprovada).

Em Lisboa, fechou mais uma livraria histórica. A Rodrigues junta-se à lista das livrarias abatidas na Baixa. Enquanto isso, no Porto há quem não saiba o que significa a palavra crise.

Para ler, com calma  

Como se constrói uma autocracia. Estamos a viver o desafio à governação livre da América mais perigoso que qualquer pessoa viva já enfrentou, garante o ex- spreechwriter de George W. Bush, hoje editor da revista Atlantic. O texto de David Frum que ontem fez capa do P2 não é apenas mais um. Ora veja como começa: 

"Estamos em 2021. O 45.º Presidente está prestes a tomar posse para o seu segundo mandato. Donald Trump envelheceu muito nestes últimos quatro anos. Quando aparece em público, o que é raro, é sempre no braço da filha Ivanka que procura apoio. A campanha para a reeleição não lhe exigiu grande esforço. Felizmente para ele. A sua presidência tem sido popular — drásticas reduções fiscais, incentivo ao consumo e défice elevado conseguiram operar a magia do expansionismo que nos soa tão familiar." O resto está aqui.

Aqui as pessoas “não têm de provar que merecem uma casa”. Foi há quatro anos que a associação Crescer entregou as primeiras chaves do projecto É Uma Casa a pessoas que viviam na rua. O primeiro caso foi o de um homem que demorou um ano e meio até começar a dormir na cama. A Alexandra Prado Coelho conta tudo, daquela maneira que só ela sabe.

James Bond teve uma vida real e andou pelo Estoril. Foi um dos mais importantes agentes dos serviços secretos durante a Segunda Guerra Mundial. Trabalhou para alemães, ingleses e americanos. Dusko Popov, um advogado e playboy sérvio, serviu de inspiração a Ian Fleming quando criou a personagem de James Bond em Casino Royale, aliás Casino Estoril. O José Riço Direitinho já leu a biografia e conta-nos a aventura.

Não é Bond, é 'Krakende wagen, briquebalante, contraption'. A "carripana" inventada por Costa para governar o país está a andar em alta velocidade pelas "estradas" europeias. Alguns partidos de esquerda vieram a Portugal apreender como funciona a geringonça. Os media elogiam-na. Costa é apresentado como um invejado "menino de ouro" da esquerda europeia. Really!

Hoje na agenda

• António Guterres abre a sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
• O INE mostra os indicadores de confiança, incluindo dos consumidores.
• Uma delegação portuguesa visita Almaraz, o primeiro passo do acordo assinado na semana passada. Só faltam mesmo as ONG.
• A triatleta Vanessa Fernandes anuncia o seu regresso à competição, às 12:00.
• José Sócrates dá uma entrevista à TVI, aparentemente para responder ao livro de Cavaco Silva.

Só mais dois links  

Um é útil e parte de uma dúvida: pode um like no Facebook pagar uma cirurgia a um menino doente? Bastará uma partilha para ganhar um Audi vermelho? Não, e é preciso que se saiba porque é que estes posts virais e fraudulentos continuam a aparecer nos nossos feeds. O Pedro Guerreiro explica.

O outro é gentil - e parte de uma curiosidade: Que histórias povoam a imaginação das crianças refugiadas? É o que nos conta um livro (que está à venda online), cujas receitas servirão para encontrar casa para refugiados na Grécia.

É assim que lhe desejamos uma boa segunda-feira de Carnaval, esteja a trabalhar ou em casa, em família.

Tenha um dia feliz, a deliciar-se com aquele momento ou em festa (como as estrelas fizeram). A informação, a melhor, estará sempre aqui.

Até já!