quinta-feira, 29 de junho de 2017

360º - EDP: os depoimentos surpreendentes de dois ex-governantes. E ainda: "número 3" do Vaticano vai a tribunal por pedofilia

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
O Cardeal George Pell, ‘número três’ do Vaticano, foi acusado de abuso sexual de menores pela polícia australiana. Deverá comparecer no tribunal de primeira instância de Melbourne, na Austrália, a 18 de julho. O cardeal, que já se afastou do cargo, diz estar a ser vítima de um "assassinato de carácter". Um comunicado oficial do Vaticano faz vários elogios à atuação de Pell.

O poderoso Cardeal Pell deu uma entrevista ao Observador na véspera de visita do Papa a Fátima e aceitou responder a perguntas sobre este caso: "Se eu me visse como um verdadeiro embaraço para o Papa, parava amanhã". A entrevista à Rita Garcia pode ser lida (ou relida) aqui.

Uma bola no poste, uma bola na trave e, depois dessa imensa sorte, nenhum penálti marcado. Portugal foi ontem afastado da Taça das Confederações pelo Chile e, na crónica do jogo, o Bruno Roseiro escreve que "o filme do Euro não se repetiu".

Até ontem, Fernando Santos não tinha perdido um só prolongamento que disputara como selecionador de Portugal. Foram 368 bons dias, mas, realmente, alguma vez tinha que acabar.

No final do jogo, Cristiano Ronaldo foi dispensado dos trabalhos da seleção. Motivo: assim, pode ir mais cedo conhecer os seus dois filhos.

Ainda no futebol (mais ou menos): ontem à noite, em declarações à CMTV, o guineense Armando Nhaga negou ter alguma vez ter assinado um contrato para fazer bruxarias a favor do Benfica: "Eu falei, apresentei uma proposta, não foi aceite e deixei. Pronto, acabou! Tentei falar com o Benfica, o Benfica não aceitou, mais nada". Sobre a troca de emails que indiciaria o contrário, afirmou: "Estou a ver aqui que pagaram dinheiro, não pagaram nada! Trocar emails não significa nada, não deram nada". O Correio da Manhã de hoje (sem link disponível) descreve os supostos métodos de Nhaga: "Utiliza bagaço, panos vermelhos, sacrifício de animais e oferendas de comida"


Informação relevante
São depoimentos surpreendentes no caso EDP, feitos ao Ministério Público por dois antigos governantes, em 2014. O ex-secretário de Estado da Energia do primeiro Governo Passos Coelho, Henrique Gomes, e o o seu chefe de gabinete, Tiago Andrade e Sousa, relataram os bastidores da guerra contra as rendas excessivas e censuraram no DCIAP a atuação de Vítor Gaspar, Maria Luís Albuquerque e Carlos Moedas, que na época eram, respectivamente, ministro das Finanças, secretária de Estado do Tesouro e secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro. Aqui, o Luís Rosa conta o que os dois disseram.

No debate quinzenal de ontem só se falou em fogos, mas ninguém se exaltou. O PSD pediu indemnizações às vítimas, o CDS pediu respostas políticas imediatas, o Bloco pediu uma reforma estrutural da floresta, o PCP pediu dinheiro para mudanças no próximo Orçamento - e António Costa foi respondendo a uns e a outros, sem se comprometer.

Na crónica do debate, "Costa Consulting, gestão de crises SA", o Vítor Matos tira a conclusão: "António Costa passou incólume na sua mais difícil ida ao Parlamento. Com uma tragédia em mãos, continua sem sofrer danos políticos sérios".

Logo a seguir ao debate, a ministra da Administração Interna foi ouvida no Parlamento - e pediu "tempo" para que os inquéritos sejam concluídos e se apurem as responsabilidades. Emocionou-se na declaração inicial e voltou a dizer que não se demite. E insinuou que o anterior Governo tinha responsabilidade no que se passou. Porquê? Por ter acabado com os governadores civis.

O Parlamento tomou já decisões sobre a comissão técnica independente que vai apurar o que aconteceu: será constituída por 12 especialistas, seis indicados pelo presidente da Assembleia da República e outros seis pelo Conselho de Reitores.

Entretanto, as explicações (ou tentativas de explicação) que já existem fazem lembrar o poema de Drummond de Andrade: a GNR acusa o Governo, que acusa a Protecção Civil, que acusa o SIRESP, que acha que correu tudo bem.

Quem acha que fazem falta mais pedidos de desculpa no caso dos fogos é Pedro Santana Lopes - e uma das pessoas que o deve fazer, diz, é Marcelo Rebelo de Sousa: “Das falhas, porque algo falhou (…) Do Estado não ter sido capaz de fazer tudo quanto as pessoas tinham direito que fizesse”. Em entrevista ao Público e à Renascença, Santana fala ainda do caso SIRESP, que foi decidido no seu Governo ("Na altura eu também não acompanhei o processo"), da eventual entrada da Santa Casa no Montepio (“Ninguém me leva para onde eu não quero ir”) e do PSD (“Passos Coelho ganhará a Rui Rio ou a Nuno Morais Sarmento").

Na conferência do BCE, em Sintra, 150 banqueiros centrais, académicos e jornalistas discutiram tudo: robôs, super empresas, monopólios, Trump e o nervosismo nos mercados. O Nuno André Martins faz um resumo.

Depois do ataque de helicóptero de ontem, mais um desenvolvimento na Venezuela: a procuradora-geral da República, que é uma opositora de Nicolás Maduro, foi impedida de sair do país e está com as contas congeladas.

O Rei Felipe excluiu Juan Carlos das comemorações dos 40 anos de democracia em Espanha. E o pai não gostou nada. Um amigo próximo de Juan Carlos disse ao El Mundo que foi "um ato de cobardia e medo" e o próprio rei emérito respondeu a uma pergunta de um jornalista:
- Sua Majestade não acha que não o convidar para as comemorações da democracia é como não convidar Napoleão para uma comemoração da batalha de Austerlitz?
- Seguramente que sim.


Os nossos Especiais

Como é que pode ter férias mais baratas e evitar que o seu banco fique com 15% das despesas? O David Almas explica quais são os sete mandamentos a cumprir.


A nossa Opinião

José Manuel Fernandes escreve sobre a floresta: "A obsessão do Bloco com o eucalipto não é uma preocupação com a floresta, é só preconceito e ignorância. Mais: sem o contributo do eucalipto dificilmente teremos recursos para recuperar o mundo rural".

Helena Garrido escreve sobre o SIRESP e o papel do Estado: "Estado mínimo ou Estado máximo pouco importa. Precisamos é de um Estado forte, capaz de acabar de vez com estes negócios de bloco central."

Paulo Tunhas escreve sobre os fogos: "Quando toda a energia do Governo é em última análise canalizada para a manutenção do seu apoio, é fatal que o Estado se degrade e a pouco e pouco, se fragmente, se transforme em algo para inglês ver". 


Notícias surpreendentes

“Paterson” é o novo filme de Jim Jarmusch e estreia esta quinta-feira. O nosso crítico Eurico de Barros dá-lhe cinco estrelas: "Tudo muito 'cool', tudo muito zen, tudo delicada, empatica e soberbamente jarmuschiano. Será ainda preciso dizer que 'Paterson' é um dos melhores filmes do ano?".

Há mais dois filmes para ver esta semana: “Gru - O Maldisposto 3”, é mais uma longa-metragem animada digital da série; e “Mãe Rosa” é um drama naturalista das Filipinas.

Faz agora dez anos. A 29 de junho de 2007 foi posto à venda o primeiro iPhone. O Pedro Esteves lembra como foi esta revolução.

A próxima capa da Vanity Fair é com a tenista Serena Williams, que aparece nua e grávida. A imagem só podia ter sido tirada por Annie Leibovitz, a melhor fotógrafa de celebridades do mundo. Toda a gente que é alguém já posou para ela - como pode ver nesta fotogaleria.

O restaurante Astória, que está inserido num hotel de 5 estrelas do Porto, mudou completamente a carta e virou-se para os petiscos. Ora veja lá o que pode partilhar.

Eles são os Xennial. Nasceram entre 1977 e 1983 e são a última geração que se lembra como era a vida antes da internet. O termo ganhou fama nas últimas semanas, mas será que faz sentido?

Vem aí mais um dia cheio de notícia - e já sabe que vão estar todas aqui.
Até já!
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