segunda-feira, 5 de junho de 2017

London calling// Uma crise no Golfo (& as últimas notícias de cá)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Em Londres a polícia fez novas buscas, esta manhã, procurando outros suspeitos de envolvimento no acto terrorista de sábado à noite, já reivindicado pelo Daesh. Theresa May vai, daqui a pouco, voltar a reunir o gabinete de crise, ao mesmo tempo em que recomeça a campanha eleitoral. O nosso minuto-a-minuto continua aberto, com as últimas pistas e uma síntese do que aconteceu. O tema está em destaque na nossa edição, pelo que já volto a ele - mesmo ali em baixo.
Ariana Grande voltou a Manchester para dizer que o amor é a cura. O concerto de beneficência começou com um minuto de silêncio em memória das vítimas do ataque naquela cidade, mas também do atentado da noite anterior em Londres. Desta vez, a música foi só um pretexto para algo ainda maior.
No Golfo Pérsico abriu-se uma crise diplomática de consequências imprevisíveis. A Arábia Saudita, Egipto, Barein e Emirados Árabes Unidos cortaram relações com o Qatar, depois de um ataque informático que pôs cá fora conversas muito sensíveis, alegadamente do Emir do Qatar, sobre os líderes dos restantes países. Aqui está uma primeira síntese dessa crise, que claramente vai ter novos desenvolvimentos.
Ronaldo foi recebido com uma surpresa em Madrid, durante as comemorações pelo 12.º título europeu do clube. O jogador entrou no Estádio Santiago Bernabéu com uma bandeira portuguesa, agradeceu aos adeptos e aos jogadores, até que foi interrompido com um grito em uníssono dos adeptos: “Cristiano, Bola de Ouro”.

As notícias do dia

Na manchete de hoje, contamos que o Fisco tem 120 processos em risco de prescrição. As falhas de procedimento foram identificadas pela Inspecção-geral de Finanças numa auditoria já concluída há um ano, mas que só há poucas semanas foi tornada pública por esta entidade. O Pedro Crisóstomo explica.
Ainda na área económica, anote as diferenças entre as taxas de gás cobradas pelas câmaras. Como ilustra a Ana Brito: entre Cascais e Figueira da Foz há oito euros de distância.
E anote também o alerta da Associação Zero"Se todos fossem como os portugueses, os recursos do planeta acabavam".
Da banca, há uma espécie de confirmação em curso: a Santa Casa de Lisboa prepara-se para ficar com 10% do Montepio, diz o Negócios, seguindo uma notícia de sexta-feira da Cristina Ferreira.
Do Governo vem um aviso: vêm aí "mecanismos para tributar eficazmente o alojamento local", diz o secretário de Estado Rocha Andrade ao Negócios e Antena 1As mudanças do IRS é que não serão as que PCP e BE gostariam.
Entretanto, Jerónimo apela ao PS para que aprove as propostas do partido de combate à precariedade (seguindo as prioridades também do Bloco).
Na PSP, um problema imprevistoestá a chegar o Verão e os polícias não sabem o que vestir. Não é um problema de moda, é um problema de lei.
Do fim-de-semana sobram alguns temas que convém manter debaixo de olho: a investigação judicial às rendas na energia, que já empurra as acções da EDP; a ameaça mais real dos juízes e magistrados de fazer greve, prejudicando as autárquicas; e a pressão que aumenta sobre o novo líder das secretas (agora em suspenso por uma audição parlamentar).

Londres e muito mais 

1. Ninguém contava com outro ataque em Londres tão depressa, conta a Ana Fonseca Pereira, que esteve em Borough Market, falando com testemunhas do atentado e com os muitos cidadãos de Londres que por lá passaram ontem. A reportagem que a Ana nos enviou é de arrepiar, como é também o caso da primeira vítima identificada pelas autoridades - e as imagens que se reuniram em #ForLondon, a hashtag com as imagens de apoio recolhidas pelos repórteres das melhores agências.
Hoje será retomada a campanha eleitoral, depois de Theresa May ter dado um verdadeiro grito de revolta, criticando a "excessiva tolerância" face ao "extremismo islamista". Precisamente porque a democracia não se suspende, não pelo medo, a Teresa de Sousa fez um interessante texto de análise ao estado da campanha: "O Reino Unido regressa ao passado pela mão de May e de Corbyn". Um "must read", como diriam lá em Londres. Já sobre o atentado, entrego-lhe o nosso Editorial ("Uma vitória para o medo"); o texto da Clara Barata ("Terrorismo, modo de usar") e o do Rui Tavares ("Uma ideia superior a qualquer profecia"); e ainda este velhinho London Calling, prova de que Londres resistirá, como sempre resistiu:

2. A guerra dos seis dias mudou Israel e o Médio Oriente. Uma das mais icónicas batalhas do século XX transformou o mapa do Médio Oriente. Marcou o fim do nacionalismo árabe e abriu a porta à ascensão do islamismo. Os vencedores, os israelitas seculares, acabaram também vencidos. O Jorge Almeida Fernandes reabriu os livros de história e acabou à procura, no índice, das lições desta guerra que a mudou.
3. “Ainda somos exóticos na Europa. Ninguém nos conhece. É possível?” Portugal está na moda, toda a gente sabe. Basta abrir um site de viagens e com alguma probabilidade aparecerá um artigo sobre o país. A gastronomia está na moda, toda a gente sabe. E, segundo a Organização Mundial de Turismo, a comida é cada vez mais uma das principais razões para se viajar. Estamos a aproveitar esta atenção para promover a gastronomia portuguesa no estrangeiro? Há uma estratégia? A resposta é não - e a Alexandra Prado Coelho e a Francisca Gorjão Henriques foram atrás dos 'porquês', no trabalho que fez a capa do P2
4. Optimismo? Já aqui estivemos antes... Há turistas como nunca e um tetra no futebol. Marcelo Rebelo de Sousa sorri nas televisões e mostra dotes de conciliador. António Costa está na crista da onda. As finanças públicas cumprem os critérios do euro. Os consumidores estão optimistas. 2017? Não, 1997. O Paulo Pena entrou na máquina do tempo e o que viu foi isto.
5. (e agora, para algo completamente diferente) Eis o omento, o órgão mais peculiar do corpo humano. Já se sabe da sua importância desde o início do século XX, mas agora dois cientistas da Universidade do Alabama, publicaram um artigo na revista Trends in Immunology em que voltam a realçar as funções imunitárias determinantes deste órgão tão particular. A Teresa Serafim presta-lhe homenagem.

A agenda de hoje
  • Regressa a comissão de inquérito à CGD, na sua segunda versão (a dos SMS de Centeno e Domingues). Esta tarde, a audição é ao governador do Banco de Portugal;
  • Marcelo continua nos Açores, em mais uma Presidência Aberta (que não tem este nome);
  • A Apple dá início à sua conferência anual, onde Tim Cook deve anunciar as novidades da marca.

Só mais um minuto...

Des-pa-ci-to: sabia que a canção mais popular nos EUA não é em inglês? O fenómeno é tão raro que desde La Bamba que não se via tal coisa.
Vai um guia para os festivais de Verão? Porque a temporada está quase a começar, o Mário Lopes e o José Alves resolveram guiar-nos por esse roteiro tão preenchido, com mapa e calendário. Com isto, é só tirar notas.
Ah! E não posso deixar-vos ir embora sem isto: 10 livros do dia a não deixar escapar, na Feira do Livro de Lisboa. É como diz o Luís Miguel Queirós:  leve-os à confiança: alguns terão uma pontinha de acidez, mas nenhum é feito a martelo.
Com estas listas me despeço, prometendo mantê-lo informado (e sempre acompanhado) por aqui, ao longo do dia. Se quiser e puder, passe pelo nosso Facebook lá pelas 18h30: o António Zambujo vem cá, para nos dar um belíssimo final de tarde na redacção (e a si, onde quer que esteja).
Tenha um dia bom. E um excelente fim-de-semana. Até já!

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