Passos Coelho deu lugar a Rui Rio no 37.º Congresso do PSD e ambos discursaram na abertura.
No último dia como presidente do partido, Passos Coelho chegou momentos antes de Rui Rio à sala onde já estavam reunidas centenas de militantes ‘laranja’, foi ovacionado de pé, seguiram-se cumprimentos, sorrisos e abraços. Mas momentos depois o seu sucessor por uma porta lateral, sorridente e acompanhado pelo adversário nas diretas, Pedro Santana Lopes.
Sentaram-se lado a lado, na primeira fila. Passos, Rio e Santana. Os rostos que representam o antes e o depois da mudança estavam de olhos postos no palco repleto de laranja, à espera que as boas-vindas de Pedro Ribeiro, da distrital de Lisboa, desse início ao Congresso.
E assim foi. O discurso de despedida de Passos Coelho, a par com o primeiro discurso de Rui Rio enquanto presidente do partido, eram os momentos mais esperados da primeira noite do 37.º Congresso Nacional do PSD. A ‘passagem de testemunho’ aconteceu, com a promessa de que Passos será mais um soldado no PSD liderado por Rio. “Boa sorte” e um abraço no meio de milhares de aplausos fortes, numa altura em que o PSD inicia um novo rumo.
Passos, Rio e Santana sentaram-se juntos na primeira fila© Global Imagens
Ambos os discursos tiveram espaço para críticas duras à governação de António Costa e à ‘Geringonça’, principalmente aos partidos que apoiam o Governo, mas também houve acusações de “propagação” por parte de Passos e “demagogia e populismo” nas palavras de Rio.
Passos Coelho preferiu falar sobre o futuro, e deixar (apenas) curtas palavras sobre passado, essencialmente enumerando momentos relevantes da governação: “Tirámos o país da quase bancarrota em que os socialistas o deixarem, restaurámos a credibilidade externa, conseguimos recuperar o crescimento da economia e do emprego, fizemo-lo numa altura particularmente exigente, sem agravar as desigualdades. Fizemos um caminho que nos permitiu, com o CDS, dar estabilidade e confiança ao país”.
Mas o PSD tem “um espaço próprio na sociedade portuguesa” e é esse que, segundo o agora ex-líder, deve voltar a ser conquistado. “Não fazemos por ser desagradáveis mas não precisamos de agradar para fazer aquilo que achamos que é certo”, assegurou o social-democrata.
O ex-primeiro-ministro ressalva ainda que “é da propaganda que vive este Governo, mas essa propaganda não incomoda o Bloco, nem o PCP, nem 'Os Verdes', nem o PS”. “A propaganda, a ambiguidade, a duplicidade das mensagens são de um modo geral a marca de água desta solução de Governo”, acrescenta.
Mas a união faz a força e é assim que Passos quer ver o seu partido, o que o levou a uma despedida emotiva. “Contribuirei como um soldado para que os resultados sejam os que todos ambicionamos", despediu-se Pedro Passos Coelho.
E seguiu-se Rui Rio. No meio dos discursos o abraço de Passos e a transição oficial dentro do partido. As palavras do novo presidente do PSD focaram-se na união, na alternativa à ‘Geringonça’, no combate à demagogia e populismo, na reforma do sistema político e judicial, mas não esqueceu o agradecimento a Passos e ao seu adversário de urnas, Pedro Santana Lopes, que acabou mesmo por se emocionar.
Foram duas as evocações a Sá Carneiro, uma logo no início do discurso onde enalteceu a ideia de que Portugal estará sempre em primeiro e que é necessário honrar “princípios, valores e coerência”.
Mas cedo veio o presente do país, a governação de Costa com apoio da Esquerda parlamentar, e a necessidade de “resistir ao discurso fácil”. “É isto que nos distingue dos governos que procuram olhar para o presente e menos para a construção solida e segura. O Governo que não aproveita um ciclo económico positivo é um governo que governa mal. Governa mal mesmo quando pode parecer que governa bem”, assegura o novo presidente do partido.
Mas a esperança parece fazer parte do discurso do PSD e a vitória nas eleições é um dos principais objetivos. “A hora não é de deitar a toalha ao chão. A hora é de agir. O desafio pela frente é conseguir que o PSD seja o primeiro a erguer-se. O nosso desafio é fazer do PSD um partido que percebe o que os portugueses querem, e voltar a dar corpo ao epíteto que conquistou: o de que melhor representa a sociedade portuguesa no seu todo”.
E a ideia de Bloco Central também parece ter caído por terra. “Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente na busca de soluções para graves problemas nacionais. Outras coisa é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros. O PSD só está subordinado a um interesse: ao interesse de Portugal” e à necessidade de vencer eleições.
Fonte: Noticiasaominuto
Comentário: São todos porreiros pá! Eles percebem da poda para ir ao bolso dos eleitores. Mais umas promessas de que vão fazer tudo diferente, para sacar os votos nas próximas eleições. Eles sabem o que devem prometer, e por isso não são penalizados nem respondem em tribunal por publicidade enganosa.
J. Carlos
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