Apesar de ter uma boa situação financeira, a Câmara de Vila do Bispo aumentou, este ano, a taxa de IMI. Através dessa medida, o presidente da Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, espera arrecadar mais 600 mil euros, verba que será utilizada na compra de terrenos destinados à construção de habitação.
O Algarve – Como é que está, nesta altura, a parte financeira da Câmara? Já tem os dados do ano passado? Foram positivos?
Adelino Soares (AS) – Sim, voltámos a reduzir a dívida do município, que é, agora, de cerca de 6 milhões de euros. Temos uma situação financeira que nos permite fazer investimentos de alguma dimensão, até porque em muitos casos há também a garantia de comparticipação comunitária. Assumi desde o primeiro dia que a resolução da questão financeira era prioritária, até para garantir que no futuro fosse possível fazer aquilo que estamos a fazer hoje, que é investir.
OA – Que resultados tiveram no ano passado, que vão transitar para 2018?
AS – Foram verbas à volta de meio milhão de euros.
OA – O Orçamento para este ano é de quanto?
AS – São cerca de 14,5 milhões.
OA – Estando a situação financeira em ‘boa forma’ porque é que resolveu aumentar a taxa do IMI para este ano, sendo uma das poucas ou, se calhar, até a única câmara algarvia que o fez?
AS – Fomos, realmente, das poucas Câmaras do país que tomaram essa decisão.
Daquilo que são os cerca de 2 milhões de euros de IMI que recebemos anualmente, apenas 26% desse valor é pago por habitantes locais. Da restante verba, cerca de 40% é pago por pessoas que cá têm segunda habitação e o resto por empresas.
Para além disso, uma parte das pessoas do concelho que têm imóveis beneficiam de isenção de IMI e muitas outras não têm grandes valores patrimoniais, as moradias de segunda habitação é que acabam por ter grande valor patrimonial e, portanto, pagar mais IMI.
OA – Está a dizer que este aumento não vai afectar muito a população do concelho…
AS – Sim, mas vai afectar alguma coisa, como é evidente. Esta medida teve a ver, essencialmente, com uma estratégia para dar resposta à falta de habitação no município, que foi um dos temas de que mais se falou na campanha eleitoral.
Qual é o objectivo? Este aumento do IMI representa um acréscimo de receitas de 600 mil euros e o que nos comprometemos a fazer é no final do ano termos terrenos adquiridos no mesmo valor para construir habitação. O município de Vila do Bispo praticamente nunca teve terrenos para esse fim, pois falta-lhe disponibilidade financeira para adquiri-los – porque o investimento vai prioritariamente para obras que tenham comparticipação comunitária – pelo que vamos financiar essa aquisição desta forma, que é a mais justa. Todos vão pagar mais um bocadinho, mas vamos ter mais terrenos para habitação e mais possibilidades de fixar pessoas no concelho.
OA – Em termos de promoção turística, Vila do Bispo tem apostado muito no desporto ligado ao mar. A esse nível, o concelho já está num patamar muito elevado, em que é difícil conseguir atrair mais turistas ou ainda existe um grande potencial de crescimento?
AS – Ainda há potencial de crescimento. E nós não apoiamos apenas os atletas na vertente competitiva, entre os quais se destaca a Joana Schenker, que é campeã nacional, europeia e mundial de Bodyboard, também temos apoiado os jovens em idade escolar.
Nos programas de enriquecimento curricular, os miúdos aprendem a fazer Bodyboard, Windsurf e outros desportos do género. Isso é uma estratégia, não é apenas dizer que se apoia por apoiar, tendo nós boas condições para a prática destas actividades, é uma estratégia de potenciar isso.
Há também que ajudar as colectividades, no sentido de as dotar de melhores condições para que mantenham e desenvolvam a prática destes desportos, é necessário criar boas condições de mobilidade, através da disponibilização de transporte, é isso que temos vindo a fazer e acho que com excelentes resultados.
Fonte: O Algarve Económico
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