Como já era de se esperar arrancaram, nesta quarta-feira (28), os trabalhos da VII Sessão Ordinária da VIII Legislatura da Assembleia da República (AR). Mas pouco importa o início dos trabalhos, até porque os moçambicanos já estão habituados que não se pode esperar grande coisa dos pseudos representantes do povo que se cravaram no Parlamento moçambicano.
Enquanto o Presidente da República, Filipe Nyusi, encontra-se ajoelhado e de mãos estendidas para o Governo Suíço, na expectativa de que aquele Governo esqueça-se das dívidas ocultas ilegais contraídas pelo Governo inconsequente e corrupto da Frelimo e volte a apoiar o Orçamento de Estado, a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, prossegue com o seu papel de legitimadora das vontades do partido Frelimo e do respectivo presidente.
Durante a a abertura da sessão, Macamo, com aquele seu ar característico de mera funcionária pública roboticamente preparada para dizer “sim” a tudo, pelou aos deputados das três bancadas parlamentares para que discutam a proposta de descentralização, submetido pelo Chefe do Estado com ponderação. É, indubitavelmente, irónico, ouvir tamanha estupidez e falta de bom senso. No entender da presidente da AR, a proposta do estadista moçambicano e do seu amigo Afonso Dhlakama elenca inovações na governação do país e abre perspectivas para uma paz efectiva.
É, sem dúvidas, hilariante esta visão, pois é sabido que a proposta não passa de um acordo de amigos que será forçosamente legitimada por duas bancadas que já se movimentam, qual orquestra harmónica, na Assembleia da República, para defenderem os interesses (leia-se caprichos) não explicados dos seus respectivos chefes.
Ao longo das suas intervenções, a Frelimo e a Renamo não esconderam as suas intenções no que diz respeito a aprovação do consenso conseguido em silêncio entre Nyusi e Dhlakama, numa clara união entre os beligerantes. Na verdade, esse facto mostra que há muito que as bancadas parlamentares da Frelimo e Renamo que abandonaram a sua responsabilidade de resguardar os legítimos interesses de um povo que é forçado a viver à intempérie, na mais desgrenhada miséria.
Portanto, tanto a turma dos “camaradas”, assim como a “perdiz”, vai deliberdamente ignorar os aspectos jurídicos e ambos irão aprovar a alteração da Constituição da República para acomodar o acordo que é, na verdade, um retrocesso no que diz respeito à consolidação da democracia no país.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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